terça-feira, 10 de setembro de 2013

PERDIDA...




As mãos paralisadas no teclado, gostaria que o silêncio falasse por mim.
Não sei como expressar o que sinto. Um misto de tristeza e calma, resignação e ansiedade, como se esses sentimentos não fossem tão contraditórios.
Amanhã faz um ano. Foi um longo e doloroso ano. Mas aqui estou, inteira, embora com o brilho do olhar empanado e a alegria de viver desbotada.
Tons de cinza, nada daquelas cores radiantes que antes era o meu eu.
Eu caminho, sim, caminho. Lanço-me à frente, não me permito parar.
Mas é com muito esforço.
Há momentos em que fico imóvel, sem me mexer, sem conseguir movimentar um só músculo do meu corpo.
E a cabeça gira, o mecanismo do pensamento acelerado.
Sinto um vazio, acho que nunca me senti tão só.
Sei que há dentro de mim mesma um caminho. Uma estrada ensolarada em que somente eu posso trilhar.
Mas ainda não consegui acessar esse local. Talvez me falte um mapa, uma bússola, um gps.
Ou talvez apenas o brilho de um olhar doce, um sorriso rasgado, uma mão segurando meu braço e uns braços a me envolverem. 
Talvez um beijo conseguisse me trazer à tona. Aquele beijo. O teu beijo.
(SUELI CURRIEL)

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