terça-feira, 31 de julho de 2012

ANTÍDOTO PARA A DOR



Dentro  de mim tudo é dor...
Tenazes em fogo rasgam o meu coração.
Hoje o desconsolo visitou minha alma.
Trouxe um pouco mais de amargura
a quem já vivia transtornada.
Respiro lentamente... Falta-me o ar.
Quero arrebentar as grades que aprisionam meu ser.
Quero sair para a rua, sentir o sol na minha pele.
Olhar as pessoas descuidadas da própria vida.
Sorrir para as crianças, afagar os cães perdidos.
Quero parar em uma praça, sentar-me em um banco,
cerrar os olhos e deixar as lágrimas caírem,
livres e abundantes.
Quero um bálsamo para esse sofrimento sem fim...
Como faço para encontrá-lo?
Talvez se procurasse em um bosque...
Ou no fundo de um rio...
Ou talvez quem sabe a chuva primaveril me viesse
trazer um alívio refrescante para o meu mal.
Mas eu acredito que é você quem me confortará.
Você com o seu olhar doce e terno.
Você com a sua voz mansa e serena.
Você com o abraço aconchegante e quente.
Você com o beijo apaixonado e arrebatador.
Arrebata a dor, arrebata a minha dor!
Vem, meu amor!
(SUELI CURRIEL)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ENCONTRANDO A PAZ



O dia foi um tanto estranho hoje.
Senti-me como se pulando de um "bungee jump".
Passei do choro desconsolado à risada histérica.
De uma crise depressiva a um surto de euforia.
Passei do inferno ao paraíso, das areias escaldantes do Saara às eternas neves do polo sul.
Perdi a razão, passei longe da normalidade.
Mas passou. Sempre passa.
Reencontrei o fio do equilíbrio, restaurei a sensatez.
A noite veio e me encontrou serena. Olhos límpidos, coração batendo sossegado no peito.
Até mesmo um meio sorriso bailando nos lábios.
Lá fora a brisa corre fresca e livre, trazendo cheiros doces e suaves.
Nossas mãos se encontram, se entrelaçam...
Encosto a cabeça no teu ombro e busco a tua boca.
Um beijo sela a nossa paz.
Mais uma vez o amor venceu!
(SUELI CURRIEL)

DOR



Encontro-me perdida em um estrada solitária...
Há desvios, desvãos, fim do caminho, negação.
Flores atiradas a esmo, o perfume evolando-se sob o sol a pino.
Eu não sei se vou, se fico, se tomo um atalho,
se me atiro em um precipício de cruéis sacrifícios.
O vento passa gritando teu nome, o corpo fica todo arrepiado,
o coração dá um salto mortal nesse peito que nem é mais meu...
As dúvidas dilaceram a minha alma, já tomada de angústia.
Pra que prosseguir, se eu sei bem onde isso vai dar?
E se fico, sei bem tudo o que irei amargar.
De uma maneira ou outra o sofrimento está lá, me aguardando.
Um sorriso mordaz nos lábios envenenados pela concupiscência.
Vou-me entregar a ele, sem reservas, de cabeça baixa...
Que ele venha e me ensine a dor sem limites.
Até que um dia eu encontre a paz... Para sempre!
(SUELI CURRIEL)


sexta-feira, 20 de julho de 2012

AMOR... O FIM.



Fico a pensar e o pensamento voa pelas lonjuras desta noite.
O coração palpita descompassado, querendo extravasar do meu peito.
A noite é enluarada, de sabores e cheiros tropicais.
Ouço passos lá fora, talvez sejam os teus...
Chego à janela, o rosto comprimido na vidraça.
Não vejo nada. Apenas o silêncio agarrando tudo com suas tenazes frias.
A esperança se cala.
Uma lágrima rola...
Você não virá.
Ficarei apenas eu dentro da quietude noturna.
Sem teu braço, sem teu abraço.
Sem a cadência do teu riso, sem o brilho do teu olhar...
Onde o beijo unindo nossas bocas famintas?
Onde o passeio de mãos dadas sob o luar?
Que amarga desilusão! Que rouba a magia dessa noite, povoada de encantos mil...
Acredito que não amanhecerá... Não para nós.
Tudo se findou nesse desencontro desencanto.
Desfaço-me em soluços calados...
Volto a ouvir  passos. Passos esparsos ecoando na noite.
Quem vem ou quem vai?
É o amor, dizendo adeus para sempre.
É a tristeza,chegando para ficar...
Mais uma lágrima cai...
O leito me aguarda. Vou sonhar.
E talvez, nunca mais acordar...
(SUELI CURRIEL)


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Adeus...



Fiquei sem entender... Quando dei por mim você já tinha partido!
Meus olhos tentaram reter a tua figura, mas em vão. Passo a passo você se foi...
E em minha alma só ficaram resquícios de um amor que não deu certo.
Muitas lágrimas, muito lamento. A saudade me consumia por inteiro.
Noite após noite, dia após dia, eu te esperava e você não vinha.
A brisa noturna me trazia o teu cheiro. Cheiro de cabelos recém-lavados...
A lua minguando me lembrava o teu sorriso...
Eu ouvia a tua risada sem perceber que era apenas a orquestra noturna dos pássaros e insetos.
Meu mundo encolheu sem você. Melancolia e tristeza deram o tom aos meus dias.
Onde foi que eu errei? Por que você se foi?
Que amor era esse que se desmanchou no ar, feito bolha de sabão?
Onde as promessas sussurradas entre beijos e carícias?
E a terna troca de olhares, as mãos se procurando enquanto caminhávamos sob o luar?
Em que momento da nossa historia nos perdemos uma da outra?
Não consigo compreender...
E você nem me deu uma chance de me explicar, de te questionar.
Acabou assim... Sem delongas, sem sequer um prévio aviso.
Agora eu tenho que caminhar sozinha, sem a tua presença, o teu amparo.
Porque você não vai mais voltar para mim. Pois fiquei sabendo que você encontrou um novo amor...
Então apenas me resta conformar-me com a situação e me alimentar das lembranças, que são tantas...
Lembranças de um amor que por tanto tempo me plenificou.
Mas que, talvez por descuido meu, se acabou...
(SUELI CURRIEL)



domingo, 1 de julho de 2012

DE MÃOS DADAS COM A SOLIDÃO



A noite estava linda... A lua se agigantando, quase plena em seu esplendor.
Soprava uma brisa fresca, agradável. Uma noite propícia para caminhar.
E eu fui, mas não estava sozinha. Fez-me companhia uma doce e querida amiga, que há muito eu não via.
Somos muito íntimas, muito ligadas. Andamos de mãos dadas, compartilhando olhares e trocando confidências.
Ela me conhece a fundo e teceu algumas considerações a meu respeito que, não fosse a amiga que é, provavelmente eu ficaria enraivecida.
Porque a gente sabe, a verdade dói  muito. E custa-nos a enxergá-la quando se trata da nossa própria verdade.
Mas eu acatei os seus comentários e meditei longamente sobre eles.
E cheguei a algumas conclusões bastante interessantes a meu respeito. Mas essas considerações são muito particulares e eu não vou divulgá-las, para o meu próprio e o bem alheio.
Mas o que eu queria deixar registrado aqui, é que, quando silenciamos o nosso caos interno, conseguimos nos ver tal qual somos, sem máscaras, sem artifícios.
O barulho do mundo nos impede de nos adentrarmos, de nos conhecermos a fundo.
Então foi necessário que essa bela amiga, que se chama Solidão, se aproximasse de mim e me permitisse essa viagem interior.
Solidão, ah, quanto tempo eu não te permitia em minha vida. Fez-me falta, embora tenha estado muito feliz nos últimos tempos.
Prometo-te não me afastar tão longamente de ti, terna amiga.
Porque eu sei que a tua presença é-me muito necessária em alguns momentos.
E ontem foi um desses momentos, e eu te agradeço por isso.
Até algum dia!
(SUELI CURRIEL)

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