domingo, 27 de maio de 2012

DESILUSÃO






Desilusão, desilusão, danço eu,dança você, na dança da solidão... (Marisa Monte)

Enfim te encontro, ou reencontro, ou te confronto...
Mas então aí está você... Talvez tão perdida quanto eu...
Você se cala, eu emudeço. Palavras são desnecessárias.
Entre nós apenas o desejo se fazendo presente, inconsequente...
Tudo o mais em volta é um eco de antigos amores vibrando
nas paredes sólidas (sólidas?) deste castelo de ilusão.
O vento, desalento,  perpassa pelas frestas da nossa indecisão.
Por onde seguir? Qual caminho tomar?
Olhares cabisbaixos, as mãos trêmulas,
o coração batendo na garganta.
A declaração de amor abortada na boca seca...
Pra que falar se o que mais quero é te beijar?
Então você entenderia todos os meus silêncios,
todas as minhas fugas para lugar algum.
Finalmente perceberia meu medo de transpor o abismo
que há entre nós.
Abismo fatal, colossal, mortal...
Lá embaixo jazem outros corpos, outras almas,
perdidas para sempre no turbilhão dos enganos.
Então sinto você também temerosa, não querendo correr o risco
de resvalar para o eterno nada...
E você não vem, não dá o passo decisivo.
E eu choro, as lágrimas abundantes escapam dos meus olhos febris.
E o beijo não sela as promessas que não foram ditas.
E o amor simplesmente se rompe como uma bolha de sabão.
Perdido, vencido, para sempre esquecido...
(SUELI CURRIEL)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

À TUA PROCURA...



Hoje eu senti a tua ausência de uma maneira dolorosa...
Um vazio imenso, que nada conseguiu preencher.
Era como se, protagonista de uma peça de teatro, a casa lotada, eu só conseguisse visualizar o teu lugar vazio na plateia...
Busquei-te nos escaninhos da mente e você estava lá, etérea e imponderável...
Procurei-te nas ondas do rádio e consegui sintonizar uma canção que você ama.
Passei nas bancas de jornal e você estava estampada em uma revista de moda, o sorriso rasgado, o olhar travesso...
Pedi ao vento notícias tuas e ele me concedeu apenas o aroma delicado dos teus cabelos.
Tive um vislumbre de você parada numa esquina, esperando o sinal abrir, mas assim que me aproximei, você desapareceu entre os carros...
Consegui ouvir tua risada ao passar por uma praça, mas apenas crianças brincavam na sua inocência.
Não consegui te encontrar, apesar da busca incansável.
Onde você estava? Por que fugiu de mim?
Não percebe que eu preciso muito da tua presença?
Não entende que a tua ausência me machuca?
Que eu preciso te saber ali, ao alcance dos meus olhos e do meu amor?
Por favor, fique, eu te peço!
Não desapareça da minha vida, não me deixe à deriva nesse mar de angústia.
Quero ter a deliciosa sensação do coração palpitando quando te percebo ao meu lado.
Venha iluminar minha vida, aquecer a minha solidão, dar um sentido aos meus dias.
Venha, eu te espero, de braços abertos e o peito transbordando de amor... Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)

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