sexta-feira, 30 de março de 2012

NO MUNDO DA LUA




- Quero me afogar no Mar da Serenidade...
- E onde fica?.
- Na lua.
- E por que tão longe?
- Porque pra ter serenidade é necessário ficar bem distante...
- Distante de que?
- Daquilo que  machuca o coração.
- Talvez você devesse se jogar no Mar das  Crises. Fica na lua também.
- Por que nesse lugar?
- Porque é durante as crises que conseguimos nos resolver.
- Em seguida poderia dar um mergulho no Mar da Tranquilidade...
- Por que?
- Porque depois de uma crise precisamos nos tranquilizar...
- E depois?
- Bem, depois poderia me banhar no Lago dos Sonos, dormir e sonhar apenas coisas boas.
- Não tem um mar ou um lago do amor na lua?
- Acho que não. Por que?
- Porque toda essa conversa significa alguém muito carente, precisando de amar e ser amado.
- Será que não dá pra encontrar na Terra mesmo?
- Claro que dá! É só levantar daí e sair do mundo da lua e ir à luta...
- É verdade! Então lá vou eu!
(SUELI CURRIEL)


quinta-feira, 29 de março de 2012

PARA UMA VIDA MELHOR!




O mundo é um lugar muito perigoso de se viver...
As pessoas se esbarram nas ruas e não têm a menor noção de quem é o outro.
As dores íntimas, as neuroses, os conflitos existenciais, as doenças da alma.
Muitos vivem no limite estreito entre a loucura e a sanidade.
Você pode ter um vizinho psicopata, um colega louco de pedra, e dorme tranquilo e inocente.
Mas, nós, todos os seres humanos, temos em nós zonas escuras de difícil acesso, inclusive para nós mesmos.
E no caos urbano é mais visível essa fragilidade emocional.
Não há tempo para diálogos, para cortesias, gentilezas...
Ninguém se importa com as dores alheias, apenas com o seu próprio umbigo.
A cidade é um palco perfeito para as disputas sangrentas, a violência armada, o confronto entre facções.
As pessoas estão cada vez mais trancadas em seu mundinho particular, a portas fechadas, muros altos, uma parafernália muito grande de segurança. Aliás, ilusória segurança, porque ninguém está seguro em parte alguma.
O homem tem uma multidão de amigos virtuais e nenhum amigo real, alguém com que possa contar de verdade, desabafar seus problemas, ter um ombro pra chorar suas dores.
Ele se isolou num mundo de faz-de-conta, e não sobrou nada de agradável no mundo real. Apenas pesadelos de horror.
Será que um dia veremos a fraternidade reinar em nosso planeta?
Será que os homens se darão as mãos, conviverão em harmonia, serão gentis e amorosos uns com os outros?
É bem possível que sim. Quando ele se cansar de viver só e isolado, e a natureza gregária dele falar mais alto.
Então ele vai procurar seus pares, seus iguais e aprenderá a viver em harmonia.
E o planeta Terra será um lugar maravilhoso de se viver!
(SUELI CURRIEL)


terça-feira, 27 de março de 2012

DESCOBRINDO O AMOR




Hoje, quando os meus olhos estavam mergulhados nos teus lindos olhos, eu me descobri encantada, embriagada, fascinada...
De mansinho, bem devagarinho, aproximei minha boca da tua e o beijo foi estonteante.
As tuas mãos se enroscaram nos meus cabelos e as minhas mãos tocaram a tua nuca numa suave carícia.
Lá fora o sol brilhava, espalhando calor e luz. Passava pouco das duas da tarde.
Poucas nuvens no céu, o vento era suave e carregava um cheiro doce de mato recém cortado.
Algumas cigarras ainda teimavam em emitir seu canto apesar do outono já ter começado.
Ouvíamos ao longe o alarido dos pássaros nas árvores e um rumor de crianças nos seus folguedos.
O mundo lá fora não nos pertencia e tampouco nos incomodávamos com o resto da humanidade.
Éramos apenas nós, engolfadas na harmoniosa batalha do amor...
Sussurros roucos, palavras carregadas de paixão, os corações batendo no mesmo ritmo.
A atmosfera estava carregada da eletricidade dos corpos se tocando.
Os lençóis amarfanhados, travesseiros pelo chão, roupas espalhadas pela cama.
A plenitude nos visitou, o cansaço tomou conta de nós, o sono foi bem vindo.
Dormimos, os corpos entrelaçados, a respiração regular, o ritmo cardíaco voltando lentamente ao normal.
Nessa tarde de amor foi que eu descobri onde realmente quero passar o resto da minha vida:
nos teus braços macios e amorosos, no aconchego desse sentimento que chega a ser de quase  adoração.
Que venham os dias futuros, as horas mansas, os anos fartos de beleza e alegria.
É assim que eu quero viver, com você, para sempre...
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)

segunda-feira, 26 de março de 2012

ESCOLHAS...



Você já se sentiu como se estivesse em frente a uma bifurcação e não soubesse qual o caminho tomar?
Estou me sentindo assim hoje. Indecisa, sem rumo...
As duas possibilidades são ótimas, mas o  grande problema é que uma exclui necessariamente a outra.
E em nenhuma das duas dá pra se enxergar muito ao longe, pra ver no que vai virar.
Em todo caso, sempre temos que escolher. Mesmo que essa escolha seja não tomar nem o caminho da direita nem o caminho da esquerda e voltar nos próprios passos.
Ah, mas isso seria um retrocesso e eu acredito muito no progresso.
Tenho que escolher, mas quão difícil é esse exercício de tomar decisões, de sair de cima do muro, se jogar, arriscar...
E se esse caminho não for tão agradável quanto parece?
E se aqueloutro estiver salpicado de espinhos, de dor?
Só vou descobrir quando eu trilhar um deles, mas isso implica novamente em escolher.
Você conseguiria optar entre o sol ou a lua, a noite ou o dia, o calor ou o frio, mesmo sabendo que se tiver um não poderá ter o outro? Pois é, é justamente essa historia!
O que fazer? O que fazer?
E o pior é que não tem amostra grátis pra saber qual o melhor.
E o pior dos pesadelos, provavelmente se você resolver ir por um deles e se arrepender, o outro não vai estar mais lá, te esperando.
Percebe o meu dilema?
Quem deve escolher: a razão ou o coração, ou uma pitada dos dois?
Acredito que, embora todo esse conflito, eu vou ter que fazer uma escolha e pagar pra ver.
E que Deus me ajude!
(SUELI CURRIEL)






domingo, 25 de março de 2012

ESPERANÇA




Mais um domingo preguiçoso que chega ao fim...
Anoitece... Olho para o céu e vejo uma pequena e brilhante estrela,  muito linda.
Penso que o nome dela deva ser Esperança, mas ela pisca e diz que não:
"O meu nome é Desencanto."
Fico muito triste e não consigo evitar uma lágrima, que rola e cai no chão.
Desencanto, Desengano, Decepção... Todas essas pequenas estrelas brilhando no meu céu particular.
Esperança, queria tanto te encontrar!
Roubar você desse céu apenas para mim. E nunca mais permitir que você vá embora.
Eu sei que você traria para os meus braços a minha amada.
E meus dias seriam cheio de uma luminosidade ímpar.
Nada mais de escuridão, de dor, de amargura sem fim.
Doces seriam as minhas horas, serenos os meus momentos.
E você assistiria ao  nosso passeio noturno, sob o luar...
A nossa preguiça esparramada na rede, num balançar suave e ritmado.
O cheiro suave da terra molhada depois de uma chuva fresca.
Mas, ah, meu Deus, não consigo encontrar a Esperança...
Acho que ela está perdida para mim.
Procuro neste vasto céu, mas em vão. Ela não está em nenhum lugar.
Fecho os meus olhos por alguns segundos e então percebo:
A Esperança não está no céu, mas sim, dentro do meu coração.
Era por isso que não a encontrava, pois estava procurando no lugar errado.
Agora estou feliz, pois a Esperança é minha, toda minha!
Então vou à procura do meu amor, de minha amada!
A Esperança disse que ela está próxima, bem próxima de mim.
Que basta eu estender meus braços e ela se aninhará neles.
Olho para o céu e todas aquelas tristes estrelas parecem não mais importar, porque no meio delas eu encontrarei apenas uma, muito especial:
Você...
(SUELI CURRIEL)


VIVER A VIDA... VIVER O AMOR...




Respirando a vida em longos haustos...
Agarrando toda e qualquer chance de ser feliz...
Quem tem medo de quebrar a cara? Eu não!
Quero mais é acontecer, tentar, explorar esse mundo belo e eternamente jovem.
Coração aberto, plenamente exposto, revigorado e totalmente destemido...
Ainda que venha o sofrimento e a decepção junto, quem se importa?
Ninguém vai poder me acusar de ser covarde, de não ter buscado as oportunidades.
Pra onde vou? Não sei... Pra onde levar os meus passos rápidos e decididos.
Baterei em portas fechadas, adentrarei portas entreabertas, o que encontrarei atrás delas?
Só Deus sabe...
O sorriso será minha bandeira, o amor a minha oferta total.
Muitos virão, poucos permanecerão, mas somente um será o escolhido.
Será aquele que tiver o olhar audaz, a bondade nos gestos, a força no caráter e a doçura no beijo.
Aquele que estiver disposto a semear estrelas e colher flores primaveris.
Cujas mãos sejam firmes e o coração constante.
A voz serena e a alma gentil.
Mas, acima de tudo, que tenha o amor pleno para ofertar e compartilhar.
Amor por Deus, pela humanidade, pela natureza, e principalmente,
que me ame tal qual eu sou, sem restrições, sem condições.
Parece impossível? Bem, não custa nada sonhar...
(SUELI CURRIEL)

sábado, 24 de março de 2012

VERBORRAGIA, TERAPIA PARA A DOR...




Quero escrever, escrever, escrever...
Verborragia, hemoptise verbal...
Ficar vazia de todas as letras, de todas as palavras.
Quero dar nome aos sentimentos que me sufocam e escrevê-los em letras garrafais...
Desejo alijar de minha alma todo o cansaço que me domina, todo o desencanto que me acompanha...
Rabiscar em um folha em branco todos os gritos de dor presos na garganta, todas as lágrimas sentidas represadas em meus olhos febris...
Passar a limpo todos os sonhos desfeitos, todos os desejos reprimidos, toda a esperança perdida...
Reestruturar os parágrafos sem nexo, as reticências sem fim...
Reordenar os capítulos desencontrados, as frases inacabadas...
Colocar os pingos nos is, os pontos finais na velha historia de ilusão e tormento...
Sintaxe do coração, regência da paixão...
Pontuo a gramática da minha vida e descubro, lá, no meio de velhas cartas amarelecidas pelo tempo,
um nome, apenas um nome,
o qual farei escrever em um grande luminoso de gás neon:
Você...
(SUELI CURRIEL)

CHAMADO PARA AMADA




Quero viver em uma ilha, no mar da tranquilidade.
Cercada por águas azuis e espumas brancas.
E o sol a brilhar e a lua a me enfeitiçar.
Trepar no coqueiro e tomar água de coco.
E catar conchinhas e fazer lindos colares pra minha amada...
Quero ouvir o pio noturno da coruja e a sinfonia melodiosa do vento entre as folhagens.
Acender uma fogueira na praia e cantar uma canção de amor pra minha amada...
Banhar-me em um regato e plantar meu próprio alimento.
Pescar belos peixes e assá-los para comer com minha amada...
Quero apenas uma cabana tosca coberta com folhas de coqueiro.
E dormir serenamente nos braços de minha amada...
Minha amada... Onde você está?
Por que não responde ao meu chamado?
Será que o mar, ciumento, te tragou em suas ondas revoltas?
Ou será que foi um pirata de perna de pau que te levou para o navio dele?
Será que um belo tritão te seduziu com seu canto irresistível?
Ou terá sido apenas um sonho e você nunca esteve realmente ao meu lado?
Venha, amada, para os meus braços, viver comigo nessa ilha, longe de tudo e de todos.
Você, eu e o nosso amor...
(SUELI CURRIEL)

NAUFRÁGIO



A doçura transbordou toda... e ficou pingando no piso frio.
Foi desperdiçada nas palavras que não foram ditas, no beijo que não foi trocado, no amarfanhar dos lençóis que não foram usados...
Agora quem manda é a amargura, o fel, o desar...
Viverei apenas de lembranças?
Ficarei perdida como náufrago em alto mar?
Sem que me apareça uma única embarcação pra me resgatar desse oceano de dor?
Será que conseguirei chegar em segurança em alguma ilha perdida, cercada de paz?
Talvez sim... Então recolherei seixos e conchas e com elas formarei apenas um nome que meu coração não cessa de murmurar: você...
(SUELI CURRIEL)

sexta-feira, 23 de março de 2012

E ENTÃO?




De repente você chegou!
Entrou em minha vida como o sol penetra em um quarto sombrio, iluminando e aquecendo todos os cantos.
Como um furacão você varreu a ordem tão ciosamente cultivada nos meus dias.
Como uma chuva fresca você inundou minhas horas mornas e entediantes.
Como um calor de uma tarde de verão você derreteu o gelo que envolvia meu coração.
Seduziu-me com o teu sorriso cativante, teu olhar faiscante de desejo, tua voz quente, teu cheiro doce...
Fiquei irremediavelmente perdida no teu abraço, emaranhada na teia do teu querer...
Uma paixão avassaladora tomou conta de nós...
De onde você veio?
De qual arco-íris foi arremessada, já que trouxe tanta cor aos meus tons de cinza?
De qual estrela perdida na infinitude do universo você me foi entregue?
Por que caminhava sozinha, apartada da minha companhia?
Onde você estava escondida, que te procurei tanto tempo e não te achei?
Agora você vira meu mundo de cabeça pra baixo, mina as minhas estruturas mais sólidas, põe em xeque as minhas mais profundas convicções.
O caos se instalou onde antes havia apenas ordem.
O que você deseja de mim? O que espera de mim?
Por quais estradas caminharemos? Quais edifícios construiremos juntas?
Devemos mesmo continuar alimentando esse sentimento que nos perturba o sono, que invade nossos sonhos?
Será que devemos rasgar o véu da incerteza que povoa nossas horas de aflição?
Eu quero você...
Preciso urgentemente te tocar, te sentir, te realizar...
Caminhar de mãos dadas com você até os confins do universo. Lá, onde há a sinfonia maravilhosa regida pelo silêncio das bocas cansadas.
Onde não há mais dúvidas, amarguras e dor.
Amor... Amor... Eis-me aqui!
(SUELI CURRIEL)













quinta-feira, 22 de março de 2012

DOCE ACONCHEGO DO AMOR



Minha taça transbordou de fel!
Agora preciso de uma dose de mel!
Do mel dos teus beijos... da tua boca macia.
Caminhei... Andante sem rumo...
Encontrei descaminhos, desvios, desvãos.
Quero encontrar um porto seguro no calor do teu abraço.
Ancorar meu barco no cais do teu afeto.
Estou descalça, desnuda, desamparada, desesperançada.
Vou procurar a esperança no afago do teu olhar, olhos de céu e de mar...
Cansada, sedenta, faminta, mendiga...
Venha ser meu alimento, meu alento, meu acalanto, meu canto de paz...
Desiludida, perdida,sofrida, varrida (de todos os sonhos)...
Venha me aconchegar em teu regaço, em teu braço, em teu abraço de ninar...
Vou para ti com os pés sangrando, o corpo dorido, a alma tresloucada de dor..
Venha ser o meu bálsamo, meu refrigério, a cura para o meu mal...
Meu coração está estiolado, ressecado, estraçalhado, sem querer mais bater.
Dê-me o tesouro guardado em teu coração pra ele voltar a viver.
Seja o meu farol, o meu sol, minha estrela guia, meu caminho de luz...
Dê-me a tua mão, firme e segura, e caminhe comigo nesta estrada para o infinito...
Infinito de sonhos, sonhos construídos de matéria real, tecidos de beleza e eternidade.
Onde a felicidade nos aguarda, onde a ternura nos espera, e a vida apenas será:
Amor, doce encanto a nos afagar!
(SUELI CURRIEL)





terça-feira, 20 de março de 2012

SOLIDÃO...





A solidão é algo extremamente complicado de se lidar, tendo em vista que o homem é um ser gregário por natureza.
Ninguém vive muito tempo só sem adoecer.
Ninguém é uma ilha!
Precisamos, portanto, de nos reunirmos com os nossos semelhantes, seja pra trocarmos energia, nos comunicarmos ou simplesmente ficarmos juntos.
O ser humano precisa de contato, precisa de toque, precisa sentir a proximidade de outro ser humano.
Eu concordo que um pouco de isolamento é necessário, às vezes. São momentos em que precisamos estar apenas conosco mesmos, colocar as ideias no lugar, refletirmos, repensarmos nossa vida, tomarmos decisões importantes, enfim, fazermos um balanço acurado da nossa existência.
Mas, de uma maneira geral, precisamos conviver com o próximo, seja no lar, no trabalho, na sociedade, no lazer.
Ninguém pode dizer que é sozinho, pois estamos sempre com pessoas ao nosso redor. Eu posso morar sozinha, mas vou ter sempre um vizinho; posso trabalhar sozinha, mas vou ter sempre que lidar com terceiros na minha atividade profissional.
A maioria das pessoas busca companhia, em todos os momentos do dia. É muito saudável e prazeroso.
Acredito que a solidão, em relação à vida afetiva, pode ser um tormento muito grande para algumas pessoas.
Elas se sentem infelizes quando estão sós, ficam carentes e até mesmo depressivas.
Infelizmente, nesses casos, uma boa maioria acaba se atirando desesperadamente à procura de uma parceria, que possa preencher seus anseios e desejos mais recônditos.
É justamente aí que mora o perigo, porque nessa busca podemos encontrar quantidade, porém qualidade dificilmente se vai alcançar.
Há criaturas que passam de um relacionamento a outro, incansavelmente, sem conseguirem encontrar aquilo que elas acreditam que possam plenificá-las.
Mas eu penso que a primeira providência a ser tomada nestes casos é uma conscientização do indivíduo acerca do seu próprio valor. Acreditar-se, estimar-se, amar-se.
Temos que aprender urgentemente a nos amar para somente então amar o outro ou ser amado pelo outro.
Ninguém vai preencher nossos vazios, atender nossas carências. Apenas nós, e tão somente nós, é que podemos fazer isso.
Todo ser humano é um ser único e especial. Cada um tem o seu valor individual dentro do contexto geral.
Devemos adentrar em nosso íntimo e descobrir as nossas potencialidades, algumas até adormecidas, e trabalhá-las para que elas consigam fazer a diferença no meio onde fomos chamados a viver.
E, assim, estaremos prontos a nos entregarmos ao outro, ao amor pleno que encherá nossos dias de alegria e paz.
(SUELI CURRIEL)





segunda-feira, 19 de março de 2012

UMA CHAVE PARA O CORAÇÃO




Estou aqui, parada em frente à tua porta. Em frente à porta do teu coração.
Devo entrar ou não? Você me aceita do jeito que eu sou, sem tirar nem pôr?
Olhe nos  meu olhos... o que você enxerga? Amor, ternura, paixão,desejo?
E seja lá o que for que você vê, isso basta?
O que você espera de mim? Companheirismo, alguém pra dividir tudo, ou apenas uma parceria agradável pra dividir uns poucos momentos?
Pense em mim como uma pessoa disposta a quebrar barreiras, enfrentar obstáculos, abrir mão de certos confortos, passar por cima dos preconceitos, apenas para ter o direito de ser feliz.
Não me incomodo de ir até os confins do universo, desde que seja para fazer o ser amado feliz.
Eu correria a maratona de Nova Yorque se soubesse que isso ia arrancar um sorriso teu.
Eu escalaria o Monte Everest se soubesse que você ia estar me esperando lá no pico pra me recepcionar com um beijo ardente.
Não, eu não fujo da raia. Eu realmente visto a tua camisa, se achar que isso vale a pena.
Mas também tem algo a meu respeito que você deve conhecer, pra depois não alegar ignorância. Estando comigo você vai transitar entre o céu e o inferno. Terá momentos de alegria e felicidade mesclados com instantes de profunda raiva e frustração. Terá sorrisos misturados com lágrimas, borboletas esvoaçantes no estômago, coração palpitando acelerado, momentos de euforia seguidos de surtos depressivos.
Pense bem: você realmente deseja que eu adentre o teu coração? Quer mesmo correr todos os riscos?
Se sim, se você me deseja aí, alojada nesse coração já tão sofrido, estou apenas esperando um sinal.
E então poderemos conhecer as delícias e os tormentos dessa união que já se delineia em nossos olhares, no compasso das batidas dos nossos corações e na sede insuportável das nossas bocas se beijarem.
Estou aguardando...
(SUELI CURRIEL)






domingo, 18 de março de 2012

O AMOR E AS ROSAS





Elas chegaram pela manhã. Um pouco depois das nove. Uma dúzia delas. Vermelhas.
Junto com elas veio o cheiro do teu amor, a suavidade do teu beijo, o frescor do teu riso.
Fiquei extasiada, abraçada com o buquê, aspirando o suave perfume, sentindo a maciez das pétalas.
Coloquei num jarro com água, e fiquei olhando, durante algum tempo. Tentando entender a extensão desse amor. Desse amor incansável e terno, que me preenche todo o vazio que carreguei tanto tempo na alma.
Fiquei pensando em como nossas almas estão conectadas, e há tanto tempo. Tanto, que nem quase três décadas de separação conseguiram afrouxar.
Onde foi que tudo começou? Não, não foi há vinte e sete anos, quando o teu olhar cruzou com o meu pela primeira vez. Foi antes, bem antes. Nem temos sequer a mais ligeira ideia.
Mas em algum ponto da linha do tempo ele nasceu. Éramos dois indivíduos distintos, vivendo cada qual a sua vida e de alguma maneira, nos esbarramos, nos olhamos e sentimos algo inexplicável brotando em nosso íntimo, irreversivelmente.
Nem sempre foi harmonia, nem sempre foi fácil. Lutamos bravamente contra o sentimento que inundava nossas  almas. Mas foi em vão. O sentimento foi crescendo, crescendo, até tomar totalmente conta de nossas vidas.
E caminhamos, lado a lado, durante muitas vidas. O sentimento se fortaleceu através dos séculos, enfrentando dificuldades e obstáculos.
Cultivamos a amizade, o afeto e a ternura. Fomos filhos e pais, irmãos, amigos, amantes.
E, nessa atual existência, quando nos olhamos pela primeira vez, apenas retomamos a nossa historia, de onde ela havia parado.
Por isso foi tão intenso, tão deliciosamente irresistível. E em pouco tempo já havíamos nos fundido de novo, em um só ser.
E, embora tenha havido um ligeiro afastamento, o sentimento não mudou, não perdeu o viço e a graça.
E, hoje, ao receber as rosas, consegui visualizar nós, lá no futuro, nos amando sempre e com mais intensidade, caminhando de mãos dadas em direção ao infinito...
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)

sexta-feira, 16 de março de 2012

O AMOR E O TEMPO... NADA MUDA



Cai a chuva lá fora!
Os pingos escorrendo pela vidraça me fazem lembrar os teus olhos, olhos líquidos, chorando numa tarde, há muito tempo...
Eu disse adeus e fui embora...
Você ficou só e ferida. Abandonada à própria sorte, sem o amparo do meu abraço, sem o calor do meu corpo junto ao teu.
Tua boca ficou vazia da minha. No lugar dos beijos, gritos de dor.
Não mais as conversas até de madrugada,  nem as risadas partilhadas, nem o entregar-se ao doce exercício do amor.
Você tentou me reter, mas em vão. Eu tive que partir para uma batalha sem sangue, uma guerra sem feridos.
E nada podia me deter, nada.
Nem mesmo o teu amor incondicional, a tua amizade e companheirismo constantes. Nem mesmo a extasiante sensação de fogo percorrendo minha pele quando você se aproximava de mansinho querendo me amar...
E os anos se passaram, lentos e inexoráveis. A dor da separação foi amenizando aos poucos, até se tornar apenas um borrão na lembrança.
E um dia, eu voltei de minhas andanças. Mas você já havia se acomodado à dor, tinha retomado as rédeas da tua vida.
Mas um olhar nos traiu, uma palavra, apenas uma frase conseguiu remover as barreiras defensivas que você havia construído ao longo dos anos.
E o amor novamente se fez entre nós. De uma maneira doce e inexplicável, como se o tempo não tivesse escoado pela ampulheta da vida.
E tivemos que contornar todos os obstáculos, naturais após tanto tempo distantes. Um a um, foram superados.
E aqui, estamos, novamente de mãos dadas e corações unidos, escutando o barulho da chuva que insiste deliciosamente em cair lá fora.
A minha boca procura a tua, com suavidade e ternura, e um beijo sela como uma promessa esse amor, que com certeza, estava escritos nas estrelas
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)

sexta-feira, 9 de março de 2012

A LOBA SOLITÁRIA




Como é difícil definir alguns sentimentos que nos invadem, às vezes nas horas mais impróprias!
Como é complicado se autoanalisar e reconhecer seus próprios erros e limitações.
Hoje me olhei no espelho da verdade e tomei um susto. Era uma estranha que me fitava do outro lado do espelho. Alguém que eu não conhecia mas que estava ali, diante de mim, me questionando, me apontando um dedo acusador, me fazendo até mesmo ameaças.
Fiquei um momento aturdida, sacudi a cabeça e o momento passou. Era eu novamente, com a velha máscara de todos os dias, firmemente afivelada ao meu rosto.
Mas ficou aquela sensação pairando em minha mente. Uma sensação de ter descoberto um segredo muito sujo e escabroso.
Quem sou eu realmente?
Será que me enganei tanto tempo assim? Será que fugi tanto do conhecimento de mim mesma?
Onde estão e quais são os meus verdadeiros valores?
E por que uma face tão horrenda por baixo dessa máscara que insisto em usar?
Será que todos os seres humanos têm esse mesmo problema? Ou não se dão conta?
Eu só sei que aqui, dentro do mais profundo eu, mora uma loba solitária, sedenta de sangue e faminta pela caça. Uma predadora nata, violenta nos seus gestos e incontida nos seus desejos.
Mas, é claro, nunca deixo que ela venha completamente à superfície. Não, não. Ela assustaria e machucaria muita gente.
Mas, de vez em quando, eu permito que ela mostre suas garras e um ou outro acabam saindo arranhados e feridos.
Eu tento cultivar a doçura e a meiguice. Espero que isso ainda faça parte realmente da minha personalidade.
E que a velha loba solitária acabe morrendo de fome ou então, que se torne vegetariana e saiba conviver em harmonia com o resto da humanidade.
Mas enquanto isso não acontecer, prefiro deixá-la lá dentro, escondida até mesmo de mim.
Pode uivar o quanto quiser, menina má, aqui não há lugar para você.
Fique ai mesmo, recolha-se à sua insignificância, antes que tudo acabe mal pra nós duas.
E nem adianta implorar só porque é noite de lua cheia. Eu quero sossego, quero dormir em paz, sem carregar um peso na consciência de ter feito alguém sofrer.
Talvez você não saiba, mas a minha porção boa ama muito a humanidade, embora deteste alguns, em particular.
Mas é essa porção de amor, ainda embrionária, que me fará um dia cantar hinos com os anjos.
E que venha esse dia e que eu possa ser feliz!
(SUELI CURRIEL)

domingo, 4 de março de 2012

ALMAS AFINS... AMOR SEM FIM!




Hoje a felicidade veio me servir o café da manhã na cama.
E próximo à janela do meu quarto havia uma orquestra de pássaros executando uma sinfonia celestial.
O sol se vestiu de dourado e o céu do mais profundo anil.
O verde das árvores estava brilhante e as flores se engalanaram com as mais diversas cores.
O ar estava puro e a temperatura cálida.
O meu coração transbordava de amor, um amor profundo e tranquilo, onde a certeza de ser amada marcava o ritmo dos batimentos.
Olhei-me no espelho: vi o brilho dos meus olhos e a serenidade da minha expressão. Sorri para a imagem refletida e cantarolei um trecho de uma canção de amor.
Lembrei-me de  você: teus olhos  mergulhados nos meus, inundados de um doce sentimento. Tua boca tão próxima à minha. Um beijo nos uniu ainda mais. As batidas dos corações se misturaram e naquele momento o mundo lá fora deixou de existir.
Aqui dentro só existia nós. Nós e nosso amor.
Amor gigantesco, que atravessou séculos enfrentando obstáculos e separações, tristeza e saudade.
Amor que assistiu às ascensões e quedas de impérios. Que viu o sangue dos mártires e o copioso pranto dos órfãos e viúvas de guerra.
Amor que resistiu ao tempo, que se manteve incólume mesmo diante das mais dolorosas dificuldades.
Hoje aqui estamos. Mãos dadas, almas vibrando em uníssono e a profunda certeza de que  nossos corações estarão unidos pela eternidade.
Que esse amor produzirá flores, frutos e bençãos sublimes.
Que assim, corações entrelaçados, caminharemos de encontro ao Criador do Universo para nos vestirmos das luzes radiantes da perfeição espiritual.
Meu amor, eu te amo!
(SUELI CURRIEL)

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