domingo, 6 de fevereiro de 2011

DESSA VIDA NADA SE LEVA


Na Idade Média o homem costumava se postar atrás de grandes fortalezas, cidades fortificadas, com pontes levadiças, torres de vigia, fossos com água e grandes animais carnívoros, sempre com o intuito de se defender de seus inimigos, proteger sua família, seus bens, sua própria vida.
Hoje não mudou muito. O homem atual se esconde em grandes condomínios fechados, com modernos e intrincados sistema de vigilância e segurança. Ou então providencia trancas bem elaboradas, quartos de pânico e outras invenções malucas.
No passado o inimigo eram os invasores e bárbaros, conquistadores de terras e reinos.
Na atualidade ele tenta se defender de assaltantes, seqüestradores e estupradores.
É claro que todo esse aparato, apesar de garantir a sua segurança, também faz com que o homem se isole do mundo, do seu semelhante e até mesmo do Criador.
O ser  humano se distanciou do seu igual, esqueceu do amor universal.
Por medo de perder os seus bens, ele deixou de vivenciar a fraternidade.
Mas quem disse que temos algo realmente nosso?
Quando é que o homem vai se convencer de que é apenas o usufrutuário, não o proprietário de coisa alguma?
Quem vai conseguir levar qualquer bem material desta vida quando a Morte o apanhar em suas malhas?
Nem um grão de areia, nem mesmo um centavo...
E aquilo que o fez se afastar do seu semelhante, ele vai ter que largar e nunca mais porá os olhos ou as mãos em cima.
Mas, muitos poderão argumentar que a fortuna vai ser legada aos seus herdeiros. Será mesmo?
Quantas fortunas se diluem e viram nada quando passam para os herdeiros.
Quem é que pode realmente garantir aos seus familiares uma herança sólida?
Às vezes uma mudança no sistema monetário ou no governo e lá se vão os anos de economia.
Será que vale mesmo a pena sacrificar nossa liberdade individual apenas por medo de perder uma coisa que nem nossa é?
É claro que temos que zelar por aquilo que está sob a nossa guarda. Mas sem deixarmos nos aprisionar num mundo fechado, sem convivermos com as outras pessoas.
É tão gratificante fazermos amigos, termos uma conversa amável com um vizinho, darmos uma informação a um transeunte.
Passearmos com nossa família em uma praça, sem medo de uma bala perdida ou de um assalto.
Deixarmos as janelas abertas, a brisa entrar por nossa sala, sem preocupação com roubos.
Quanto iremos nos enriquecer com essa atitude? Quanto iremos ganhar em qualidade de vida?
Esse sim vai ser o tesouro de que Jesus nos falou, aquele que as traças não consomem nem os ladrões roubam.
É o único que vamos levar dessa vida quando o Criador nos convocar para o seu reino de Paz.
(SUELI CURRIEL)

Um comentário:

  1. Será que ja inventaram caixão com gavetas? rsrsrs...
    É realmente acredito que não, estamos deixando passar por entre nossos dedos o dom mais precioso que Deus nos forneceu... A vida!
    Deixamos de ver beleza em nosso semelhante, porque desconfiamos de tudo, de todos, as vezes até de nós mesmos. Agora me pergunto: Quantos passos pra frente nós conseguimos dar? E pra tras?
    Atualmente a necessidade de ver beleza na vida mais do que na matéria que ela nos produz, se faz gritantemente necessaria... Somente o amor constrói!

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