quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ENCONTRO COM O LAGO



Lá fora a chuva cai torrencialmente. Eu estou aqui, agasalhada dentro da minha solidão, esperando que o barco da esperança lance a âncora no meu cais...
Dentro de mim não há mais que neblina e frio, muito frio.
Olho meu reflexo no vidro da janela e o que vejo? Uma personagem totalmente desconhecida, olhos baços, um vinco na testa, a boca num rictus de sofrimento.
A mente esfervilha com pensamentos totalmente  desencontrados, ora a esperança, brejeira, assoma ligeiramente; ora o pessimismo, com suas garras dilaceradoras, plana acima de tudo.
Uma xícara de chá quente, sorvo aos goles, e ele vai espalhando um agradável calor pelo corpo todo. Um leve torpor vai tomando conta dos meus músculo e minhas  pálpebras vão ficando pesadas.
Os olhos vão se cerrando levemente... Aí o sonho acontece.
Uma estrada longa, cercada de árvores verdejantes. Um dia claro e com céu estonteantemente azul.
Caminho com passos leves quase como se tivesse asas nos pés.
Ao longe avisto um pequeno lago e penso em coisas tranquilas e banais.
Chego próximo ao lago, apanho uma pedra e a atiro sobre a superfície cristalina, fazendo com que a água se movimente em círculos concêntricos.
Abaixo-me e com as mãos em concha recolho um pouco de água fresca e bebo. O líquido vai descendo e refrescando tudo à sua passagem.
Tenho um pensamento de gratidão por esse lago e por tudo à minha volta.
Penso em voltar sobre os meus próprios passos... Vou devagar mas com a alma reconfortada, como se tivesse sorvido alguma poção mágica.
Deparo-me com uma grande árvore, antiga e bela. Sento-me à sua sombra e recosto-me em seu tronco rugoso.
Fecho os olhos e um sorriso delineia os meus lábios.
Acordo... Com uma saudade pungente do lugar, do momento já passado.
Lá fora a chuva não dá trégua... Mas parece que algo dentro da minha intimidade mudou para sempre.
Como se as sombras tivessem sido varridas para fora e a tristeza houvesse sido convertida em uma doce alegria.
Olho novamente meu reflexo na vidraça. Agora vejo a mim mesma, a fronte serena, os olhos brilhantes e um sorriso paira suavemente em meus lábios.
Penso em um nome para o lago dos meus sonhos e consigo encontrar apenas um: JESUS!
(SUELI CURRIEL)


Um comentário:

  1. Acredito que o melhor encontro que pode existir é o encontro com Jesus, onde sua ternura e seu amor, nos ajuda a diluirmos em nós mesmos nossas impurezas e realmente jogar fora o que nos faz mal, o que nos deixa tristes... Lembrando sempre que o encontro consigo mesmo... tem como objetivo a reflexão de tudo que fazemos em nosso dia a dia... Isso para através disso podermos melhorar...

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...