Um cantinho pra reunir beleza, amor e poesia. Em que podemos deixar a feiúra da vida lá fora, longe de nossos corações. Seja bem-vindo!
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
INSATISFAÇÃO
A autodepreciação é fator preponderante para a infelicidade pessoal e para o relacionamento com outras pessoas, em razão do desrespeito a sim mesmo.
Quem se subestima, supervaloriza os outros, fazendo confronto entre si e os demais de forma inadequada,, ou projeta a sua sombra acreditando que são todos iguais, variando apenas na habilidade que aqueles possuem para mascarar-se. O seu é um critério de avaliação distorcido, doentio, sem parâmetros bem delineados.
Quando tal ocorre, pensa-se em viajar, mudar de trabalho, acabar o casamento ou casar-se, conforme o caso, variar os relacionamentos sociais... O problema, no entanto, não se encontra nos outros, mas no próprio indivíduo, nele enraizado. Claramente possui uma auto-imagem incorreta, feita de autopiedade ou com autopunição,o que se transforma numa lente defeituosa que altera a visão do mundo e das outras criaturas.
Para onde o ser se transfere, fugindo, leva consigo e reencontra-se , logo mais, no novo lugar, assim se acostume com a novidade.
O fundamento não é mudar de atividade profissional, alterar a vida conjugal e social... Talvez essas atitudes possam contribuir para um despertamento interior, que é difícil, mas o essencial é a coragem para enfrentar-se, despir-se e querer realmente modificar-se.
O tentame se coroará de êxito mediante uma reprogramação da mente, iniciando-se com a indispensável conceituação da autoimagem, reforçada com a disposição de não retroceder. Funcionará, a vontade, na forma de dever para consigo mesmo, de reestruturação do programa de vida, do redescobrimento do Si e da sua eternidade diante do Cosmo. (Do livro Auto-descobrimento, do espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco, pg. 111)
terça-feira, 9 de outubro de 2012
NEM TUDO PASSA...
O passado parece que está sempre a me perseguir...
Hoje mais uma vez me defrontei com ele.
Alguém que já teve alguma importância na minha vida resolveu aparecer.
Assim, do nada... Inexplicável...
Tudo bem que em outras ocasiões eu mesma busquei o passado, mas eu juro, desta vez não tive nada a ver com isso.
Algumas pessoas passam pela nossa vida e se perdem nas brumas do tempo.
Outras, no entanto, passam e muito tempo depois retornam.
Acho que há sentido em tudo na vida. Nada é por acaso, não. É tudo planejado milimetricamente.
Existe um plano diretor e um ser especial dirigindo tudo. Como num filme.
Mas como eu ia dizendo, esta pessoa que apareceu não está muito bem, não. Emocionalmente, quero dizer.
Problemas afetivos, sabe? Não é feliz no casamento.
É uma pena, mesmo.
Só que essa pessoa também sofreu por minha causa no passado. Eu a deixei e desde então não havia tido mais notícias dela.
Essas reflexões são apenas para dizer que a vida da gente é uma surpresa.
Nada é definitivo, a distância, a separação, a dor, nem mesmo as paixões.
Tudo é muito efêmero, delicado como uma peça de cristal.
Por qualquer abalo, se trinca. E se modifica.
Dizem que até as pedras do caminho se encontram. Imagina nós, que temos pernas e braços e bocas.
E o mundo, o nosso mundo, é tão pequeno. Fácil, fácil, cruzar com os fantasmas do passado que pensávamos enterrados pra sempre.
Pode ser que um dia desses, sem mais nem menos, acabemos trombando com alguém que, de alguma maneira, já representou algo para nós.
Pode ser um velho amigo, ou um feroz inimigo, ou uma antiga e inesquecível paixão...
A vida nos reúne com um propósito. Sempre há uma razão para tudo.
E, na maioria das vezes, essa razão nos escapa.
E quando essas pessoas reaparecem, é sinal de que não esgotamos nossas possibilidades com elas, não nos reajustamos, não nos harmonizamos, faltou algo fundamental.
Talvez o perdão, a compreensão, muito provavelmente o próprio amor.
Porque quando aprendemos a amar realmente uma pessoa, e ela se vai e depois retorna, não é um fantasma que vemos, mas um ser iluminado que volta para nos deixar felizes, para nos trazer paz e serenidade.
São verdadeiros anjos que temos o privilégio de conhecer e amar, e que com certeza nos acompanhará para todo o sempre.
(SUELI CURRIEL)
REFLEXÕES
Parece milagre, mas as sementes de cura começam a florescer nos mesmos jardins onde parecia que nenhuma outra flor brotaria.
A alma é sábia: enquanto achamos que só existe dor, ela trabalha, em silêncio, para tecer o momento novo. E ele chega... (Ana Jácomo)
EU TE AMO???!!!
"Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo." (Martha Medeiros)
O DIREITO DE NÃO AMAR
Se o homem destrói aquilo que mais ama, como afirma Oscar Wilde, a vontade de destruição se aguça demais quando aquilo está amando um outro. O egoísmo, sem dúvida o traço mais poderoso de qualquer sexo, transborda então intenso e borbulhante como água em pia entupida, artérias e canos congestionados na explosão aguda: “Nem comigo nem com ninguém!” Deste raciocínio para o tiro, veneno ou faca, vai um fio.
A segunda porta foi a que escolheu aquele meu colega de Academia quando descobriu que a pior das vinganças é não matar, mas deixar o objeto amado viver, viver à vontade, “pois que ela viva!” – decidiu ele na sua fúria vingativa.
Amou-a perdidamente. Acho que nunca vi ninguém amar tanto assim, talvez com a mesma intensidade com que ela amava o primo, disse isso mesmo numa hora de impaciência, estou apaixonada por outro, quer ter a bondade de desaparecer da minha frente? Mas o meu colega (vinte anos?) acreditava na luta e como ele lutou, meu Deus, como ele lutou! Tentou conquistá-la com presentes, era rico. Depois, com intermináveis poemas de amor, era poeta. Na fase final, no auge da cólera – era violento – começou com as ameaças. Ela guardou os presentes, rasgou os poemas, fez a queixa a um tio que era delegado da seção de homicídios e foi cair nos braços do primo sem os recursos da rima e dos diamantes, mas que conseguia fazê-la palpitar mais branca e perfumada do que a açucena do campo.
Meu colega dava murros nas paredes, nos móveis. Puxava os cabelos, “ela não tem o direito de me fazer isso!” Com a débil voz da razão, tentei dizer-lhe que ela bem que tinha esse direito de amar ou não amar, vê se entende essa coisa tão simples! Mas ele era só ilogicidade e desordem: “Vou lá, dou-lhe um tiro no peito e me mato em seguida!” – jurou. Mas a tantos repetiu esse juramento que fiquei mais tranquilizada, com a esperança de que a energia canalizada para o ato acabaria se exaurindo nas palavras.
O que aconteceu. Uma noite me procurou todo penteado, todo contido, com um sorrisinho no canto da boca, meio sinistro, mas lúcido: “Vou ficar quieto, que se case com esse tipo, ótimo que se casem depressa porque é nesse casamento que está minha vingança. No casamento e no tempo. Se nenhum casamento dá certo, por que o deles vai dar? Vai ser infeliz à beça!” Pobre, com um filho debilóide, já andei investigando tudo, ele tem retardados na família, ih! O quando ela vai se arrepender, por que não me casei com outro? Vai ficar gorda, tem propensão para engordar e eu estarei jovem e lépido porque sou esportista e rico, vou me conservar, mas ela, velha, obesa, ô delícia.
Há ainda uma terceira porta, saída de emergência para os desiludidos do amor, não, nada de matar o objeto da paixão ou esperar com o pensamento negro de ódio que ela vire uma megera jogando moscas na sopa do marido hemiplégico, mas renunciar. Simplesmente renunciar com o coração limpo de mágoa ou rancor, tão limpo que em meio do maior abandono (difícil, hem!) ainda tenha forças para se voltar na direção da amada como um girassol na despedida do crepúsculo. E desejar ao menos que ela seja feliz.
(LYGIA FAGUNDES TELLES)
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
DESAPEGO
Desapegar do que virou lembrança é difícil e necessário, pois é preciso que folhas caiam para que flores novas floresçam.
E quando florescem ramos cor de rosa no meu interior e que tão profundamente eu mergulho em um silêncio misterioso para mim, a calma chega mansamente.
Sábios são os mergulhos na alma, para que nossos sentimentos renasçam em versos e metas. (DENISE PORTES)
Um pouco de poesia pra essa tarde preguiçosa de segunda-feira, aí vai o link:
O SILÊNCIO - NÉIA URIAS
MENSAGEM ESPIRITUAL 2
Nasceste no lar que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para tua realização.
Teus parentes e amigos, são as almas que atraíste, com a tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas.
Tudo aquilo que te rodeia a existência,
Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes,
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada, vivência.
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tuas metas,
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
Qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
(Chico Xavier)
sábado, 6 de outubro de 2012
SERENIDADE, EIS-ME AQUI!
O tempo está passando... muito devagar, mas está avançando.
Minhas paisagens íntimas estão ficando mais ensolaradas, mais doces, mais felizes.
É engraçado que quando o abalo emocional fica mais ameno nós conseguimos ter uma visão mais objetiva da realidade.
E conseguimos chegar a algumas conclusões bastante interessantes.
É incrível os estragos que um sequestro emocional consegue realizar.
Cometemos loucura que jamais faríamos se estivéssemos na total posse do nosso equilíbrio interior.
Então, à medida que os dias vão se passando e olhamos para trás, quanta amargura sentimos, um pouco de arrependimento e também um pouco de vergonha.
Mas, enfim, passou. Não há nada que se possa fazer.
Um dia haverá um acerto de contas. Faz parte da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito.
Mas uma coisa deu pra notar com a passagem inexorável do tempo: não tem mais no meu coração a mesma repercussão que tinha logo nos primeiros dias.
Era apenas dor que eu sentia, muitas lágrimas e desespero.
Mas agora estou serena e tranquila.
E consigo entender que tinha que ser assim.
Na verdade, acho que o universo conspirou em meu favor pra que tudo acontecesse como aconteceu.
E, embora na hora H eu achasse insuportável, hoje eu consigo ver com uma calma e lucidez espantosas.
A vida, às vezes, reúne pessoas e um tempo depois as separa. Faz parte do show.
Nós achamos que jamais viveríamos sem elas, no entanto, cá estou eu, uma sobrevivente do caos.
E agradeço muito à Providência Divina que me permitiu sair de uma situação que estava se tornando insustentável.
Ela me deixou, sim. A minha doce amada...
Mas o cheiro dela já saiu de mim, não lembro mais da voz dela, da textura da pele, nem da cor dos olhos.
O tempo é implacável, ele joga um véu de esquecimento pra nos ajudar a viver.
Hoje eu procuro outros olhos, outro cheiro, outra voz doce a cantar suaves canções de amor nos meus ouvidos.
Procuro outra boca pra trocar longos beijos, outros braços pra me aninhar.
Quero entrelaçar a minha vida na vida dela.
Construir um relacionamento afetivo, profundo e duradouro.
Passear de mãos dadas na rua, sem vergonha de ser feliz.
Eu sei que vou encontrar, talvez nem demore muito, pois estou com o coração aberto e disposta a me arriscar.
Se eu fiquei tanto tempo sem ninguém foi apenas porque não quis, não corri atrás.
Mas agora já sei o caminho, já me conheço, já me gosto.
E sei que vai dar tudo certo.
E em breve estarei aqui, neste mesmo espaço, tecendo delicadas considerações sobre a minha nova musa, a minha mais adorada mulher.
(SUELI CURRIEL)
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
LIBERDADE
"Liberdade, liberdade,
Abre as asas sobre nós..." (G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense-RJ)
A liberdade é um sonho de qualquer ser humano.
Ser livre para falar, pensar, se locomover, todos esses direitos são garantidos até mesmo pelas Constituições de vários países, salvo raras exceções.
O homem, ao longo de sua jornada evolutiva, já esteve muitas vezes aprisionado.
A escravidão, branca ou negra, o servilismo, as ideologias marxistas e outras tantas, limitaram e muito a liberdade humana.
Aos poucos foram sendo criados mecanismos e leis para garantir a liberdade, plena ou parcial, dos homens e mulheres que sofreram sua perda.
Hoje em dia, principalmente nos países mais desenvolvidos, fala-se muito em liberdade.
Mas é sabido que o próprio homem se aprisiona. Às vezes em condomínios fechados, ou até mesmo dentro de si.
É muito triste quando vemos seres que, ao fazerem suas escolhas, tornam-se reféns, eles mesmos, de outros seres.
O espírito é livre, ele sopra onde quer...
Mas para que assim seja, o homem deve se desamarrar de preconceitos, conceitos, ideologias sofistas, do seu orgulho e egoísmo.
Às vezes o preço que se paga pelo resgate é alto, mas a liberdade em si mesma, é tão preciosa, que devemos nos permitir adquiri-la a qualquer custo.
Seja onde for, seja como for, liberdade é essencial para a nossa felicidade. Pensemos nisso.
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
DESEJO...
Ai, que vontade!
De mãos dadas.
Dedos entrelaçados.
Abraços apertados.
Beijos molhados.
Um sopro no ouvido.
Uma mordida na nuca.
Olhos nos olhos.
Frases de amor sussurradas, bem baixinho...
A pele quente, o suor escorrendo...
Um arrepio que começa na base da espinha e vai se espalhando,
até chegar à cabeça, deixando eriçado todos os pelos.
Nesse momento, já não há mais como parar.
O desejo se faz presente, imprudente...
E acontece a entrega total, absoluta, sem reservas.
É você quem me veio à mente, agora...
Como será o gosto do teu beijo?
Qual o cheiro dos teus cabelos?
Qual o tamanho do teu abraço?
Como será a sensação de mergulhar nos teus olhos doces e ternos?
As borboletas esvoaçam no meu estômago quando antecipo esse momento...
Vem, vem me dar tudo isso!
Quero ser tua, apenas tua...
Quero te dar um pedaço do paraíso...
E te fazer se sentir muito, muito especial!
(SUELI CURRIEL)
domingo, 30 de setembro de 2012
ESPERANÇA 2
Acabei de receber a visita de um anjo.
E ele me trouxe um buquê de esperanças.
Trouxe também um feixe de luz, que iluminou as minhas trevas íntimas.
Com a sua doçura aliviou a amargura que insiste em permanecer nas minhas paisagens.
Bendito anjo! Deu-me um novo alento, silenciou minhas inquietações.
Nesse momento, em que me sinto à margem de mim mesma, ele me deu a mão e me fortaleceu para a caminhada que se faz necessária.
Agora tudo me parece mais claro, mais doce, mais tranquilo.
Sinto vontade de sair dançando e cantarolando.
Que bom, meu Deus, por essa presença em minha vida!
Quero seguir com esse anjo, caminhar com ele pelas estrelas, jornadear pelo mundo da poesia...
Meu anjo tem nome, sim.
Mas vou declinar, pois geralmente os anjos sentem pudor de divulgar suas boas ações.
Nesse domingo que se finda imagino que lá fora esteja uma noite linda.
O céu repleto de brilhantes estrelas, a brisa fresca e perfumada.
Dentro do meu coração existe uma promessa de novas florações.
É primavera, e eu vou florir com ela. Desabrochar em cores mil.
O inverno se foi, a escuridão foi esmagada pelas luzes de um novo amanhecer.
Conto as horas pra ficar frente a frente com esse anjo.
Ser aquecida pela ternura do seu olhar.
E me sentir novamente inteira, inabalável, finalmente pacificada.
Obrigada, meu Deus, pela Sua misericórdia!
(SUELI CURRIEL)
MOMENTO DE POESIA
Brilhou um medo incontido
na tua face de luz.
E teu amor resguardou-se
e silenciou.
Quis esconder os meus dedos
nos teus cabelos de mágoa
mas a tua mágoa era grande
para fugir no meu gesto.
Agora o amor é inútil
e inútil o meu consolo.
Estamos sós.
Entre o teu amor
e o meu afago
aquele triste mundo de certezas.
(Hilda Hilst)
O PERFUME DA VIDA
Recorda que a humildade é o perfume eterno da vida.
Jesus, o Sol Divino, brilhou na Terra sem ofuscar ninguém.
Rei Celeste, apagou-se nas palhas da estrebaria para não confundir
os homens desvairados de orgulho, embora viesse acordá-los para a justiça.
Anjo dos anjos, desce ao convívio das criaturas frágeis e delinquentes,
sem destacar-lhes as chagas vivas, não obstante guardar entre elas
o objetivo de iluminar-lhes o roteiro.
Médico Infalível, busca os doentes do mundo sem denunciar-lhes as enfermidades
e as culpas, embora conservando o propósito de restituir-lhes o
equilíbrio e a segurança.
Sábio dos sábios, entende-se com os ignorantes de todas as procedências,
sem salientar-lhes a sombra, não obstante procurar-lhes a companhia
para clarear-lhes a senda.
Poderoso condutor da imortalidade, aproxima-se dos velhos e dos fracos,
das mulheres e das crianças, sem anotar-lhes as mazelas e cicatrizes,
embora lhes buscasse a presença para sublimar-lhes os corações.
Mestre da Luz, não condena os que vagueiam nas trevas,
soberano da eternidade, não abandona os que se desesperam nos precipícios da morte...
Lembrando-lhe a bondade infinita, detenhamo-nos no ensejo de auxiliar.
Todavia, para auxiliar, é imprescindível não criticar e ferir.
Na obra do Evangelho, somos chamados à maneira de lavradores
para o serviço de amparo à semente da perfeição no campo imenso da vida.
No entanto, para que o dever bem cumprido nos consolide as tarefas
é necessário que a humildade, por perfume do Céu,
nos inspire todos os passos na Terra, de vez que Jesus é o amor de braços abertos,
convidando-nos a entender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
(Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier)
MENSAGEM ESPIRITUAL
Enxuga as lágrimas e fita os Céus.
Deus que te sustentou até ontem, sustentará hoje e sempre.
A sombra vale para destacar a luz.
Surge a dor para aumentar a alegria.
Se provações te feriram, esquece.
Se desenganos te amargaram a existência, não esmoreças.
Escuta a esperança, no silêncio da própria alma, a falar-te de futuro e de amor, de beleza e eternidade e transforma a benção das horas em riqueza de trabalho.
Olvida toda sombra, à procura de mais luz e perceberás que Deus está contigo, em teu próprio coração, a estender-te os braços abertos. (Meimei)
SUOR E LÁGRIMAS
Suor é trabalho. Lágrima é sofrimento.
Com o suor aprendemos. Com a lágrima purificamos.
O trabalho esclarece. O sofrimento redime.
Sem suor o mundo agonizaria na inércia.
Sem lágrimas a consciência perder-se-ia no erro.
Sem trabalho não teríamos a escola que habilita o homem ao progresso.
Sem o sofrimento não encontraríamos o santuário de nossa redenção para a imortalidade.
Com o suor engrandecemos a passagem pela Terra.
Com a lágrima rasgamos a senda para o Céu.
Suando, aperfeiçoamo-nos.
Sofrendo, santificamo-nos.
Homens, nossos irmãos do grande caminho, aceitemos no suor e nas lágrimas nossos guias para a ascensão a Deus.
Rendamos culto aos silenciosos e sublimes instrutores que nos visitam em nome do Senhor.
E, suando e sofrendo, guardemos a certeza de que construiremos as asas divinas que nos transportarão à gloria da Vida Eterna.
(Scheilla)
EGOÍSMO
Herança evidente de nossa antiga animalidade,
por toda a parte, ainda
vemos o egoísmo a repontar em toda extensão do mundo. . .
O egoísmo!. . .
Em família, é o exclusivismo do sangue.
No lar, é o narcisismo doméstico.
Na oficina de trabalho, é o despeito.
Na propriedade transitória, é a ambição
de posse desnecessária.
Na cultura da inteligência, é a vaidade intelectual. Na ignorância, é a agressividade.
Na riqueza amoedada, é o espírito de usura.
Na pobreza, é a inveja destrutiva.
Na madureza, é o azedume.
Na mocidade, é a ingratidão.
No ateísmo, é a impiedade.
Na fé religiosa, é a intolerância.
Na alegria, é o excesso.
Na tristeza, é o isolamento.
Nos fortes, é a tirania.
Nos fracos, é a astúcia.
Na afetividade, é o ciúme.
Na dor, é o desespero.
No mimetismo que lhe é próprio,
usa em todos os setores as mais
diversas máscaras e qual o joio
que abafa o trigo, comparece igualmente
nos corações que a luz já felicite, em
forma de cólera e irritação, desânimo e secura. . .
Se desejarmos dar combate à praga
do egoísmo na gleba da alma, saibamos
estender, cada dia, as nossas disposições
de mais amplo serviço ao próximo, e,
aprendendo a ceder de nós mesmos, entre a humildade e o sacrifício, no bem de todos, conquistaremos com o Cristo a plenitude
do amor que lhe converteu a própria cruz
em ressurreição para a Vida Eterna.
Chico Xavier [Emmanuel]
sábado, 29 de setembro de 2012
CÁRCERE SOMBRIO
Sábado, mais um... Vazio e interminável, preguiçoso e triste.
Não sei o que faço, existem tarefas me aguardando, mas não me animo pra fazer nada.
Não há perspectivas boas, será um dia a mais na minha existência e só.
Bem que eu poderia dormir e acordar daqui a um, dois, três anos. Talvez a dor já tivesse passado.
E eu acordaria feliz e bem disposta.
Mas eu vou ter que viver este sábado, os domingos e todos os dias da semana, por toda minha vida.
Viver? Sobreviver? Sub-viver?
Meu coração não está em paz, a minha mente não descansa.
Sinto-me mergulhada num oceano de amarguras, sem nenhuma tábua de salvação.
Estou afogada nele, sem esperança de emergir.
As minhas esperanças foram cortadas, estioladas, massacradas.
Nada me importa agora. Não há nada que chame minha atenção.
A ponte que ligava nossos "eus" foi destruída.
A fonte da minha alegria secou.
Você se foi e ficou apenas um grande nada.
Onde irei encontrar o apoio que encontrava nos teus braços?
O calor que buscava, sôfrega, nos teus beijos?
A serenidade que encontrava no teu olhar?
Vale mesmo a pena viver sem teu amor?
Apenas as minhas convicções espirituais ainda me mantem presa a esta terra...
Vou ter que reaprender tudo: a respirar, a andar, a falar, a me movimentar.
Porque você era o meu estímulo para a vida.
Você está longe, fora do meu alcance.
Há uma porta fechada entre nós, que se abre apenas do teu lado.
Só você tem a chave, e eu pressinto que você a jogou longe.
A porta não vai abrir, mesmo que eu queira.
Você se afastou e eu terei que respeitar isso.
A vida vai continuar. A tristeza também. O amor que sinto por você vai sobreviver, ainda que envolto nas brumas do tempo.
Talvez a alegria ainda volte pra me fazer companhia, não sei...
Mas o amor... acho que nunca conseguirei amar mais ninguém. Não tanto quanto eu te amei.
Quem sabe eu deva mesmo ficar encarcerada no meu mundinho particular. Pelo menos ninguém vai mais se machucar com as minhas atitudes impensadas, frenéticas, insanas.
Eu estou doente... Muito doente.
A cura pode demorar toda uma vida, ainda não tenho certeza.
Por isso o melhor mesmo a fazer é me afastar das pessoas, como são afastados os loucos e os criminosos.
Os loucos vão para um sanatório, os criminosos numa cela de prisão.
Eu sou louca e criminosa, então me encarcerarei dentro das minhas paredes, pra que nada passe para o exterior. Não atinja nada nem ninguém.
Até um dia quando tiver rompido as algemas do meu descontrole emocional, do meu ciúme doentio, da minha possessividade, do meu egoísmo.
E então, quem sabe, vou conseguir olhar nos teus olhos sem sentir vergonha ou medo.
Amada, perdão por tudo!
Mas eu mesma criei essa prisão para mim, sou o meu próprio juiz e carrasco.
Apenas quando eu puder me perdoar, vou conseguir ser feliz.
Mas agora são apenas lágrimas e pesares que corroem a minha alma.
Eu queria que pelo menos você pudesse ser feliz, apesar de todo o mal que te causei.
Quero imaginar você sorrindo, amando e sendo amada, como você merece.
Isso diminuiria a dor que sinto.
Que Deus te ampare, para todo o sempre!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
O TEMPO PASSA...
Sempre que nos defrontamos com a dor a coisa mais comum que nos dizem é: com o tempo passa. O tempo apaga as marcas, cura feridas, estanca o sangramento.
Mas passar o tempo, oh, meu Deus! Quanto ele se arrasta! Miseravelmente lento.
E você é arrastado junto, e vai sentindo o martelar das horas no seu ouvido, o dilacerar dos minutos no seu coração.
Dia a dia, sentindo a dor, interrogando a consciência, procurando um sentido num imenso vazio...
Claro que o tempo passa, eu concordo plenamente.
E é verdade que a dor vai diminuindo. Mas eu sinto que é como se cada dia pingasse uma gota de serenidade num mar de angústia.
Quanto tempo será que ainda vai durar? Quantas gotas serão necessárias pra pelo menos suavizar esse sofrimento?
Não sei, mas eu tento viver, um dia de cada vez, sem muitas esperanças mas sem me deixar abater totalmente.
Procuro realizar as tarefas diárias, mas sem entusiasmo...
Tudo parece em tons de cinza, sem cor, sem vida, sem movimento.
Nada parece me comover, nem mesmo uma bela música, ou o cintilar das estrelas no céu, ou o resplendor da lua cheia, o cantar dos pássaros nesse início de primavera.
Nem mesmo a chuva que caiu abundantemente nos últimos dias me trouxe alegria, e eu que amo a chuva...
Está faltando algo fundamental, algo que se foi, que partiu e me deixou à mercê da minha própria insanidade.
Falta um doce olhar, uma mão suave tocando a minha, uma risada que contagiava tudo à sua volta.
Ah, minha doce amada! Quanta falta você me faz!
Minha vida perdeu a cor, perdeu o brilho, perdeu o calor.
Sei que nada vai poder modificar o que foi feito.
Nem rogativas de perdão, nem desculpas mil, nada disso vai alterar o que eu fiz.
Mas eu fiz, magoei, machuquei, feri. Fui cruel e perversa.
E eu vou ter que aprender a me perdoar. Por tudo.
Venho tentando luarizar a minha alma, através da prece, da meditação e questionamentos íntimos.
Estou buscando a minha cura, o reequilíbrio da minha serenidade e paz interior.
Um dia, em qualquer lugar da linha do tempo eterno, iremos nos reajustar.
O amor, sim, esse cura qualquer coisa.
E vamos nos harmonizar através desse sentimento sublime, o amor.
Agora eu só peço ao Eterno Pai que te conceda paz e serenidade, alegria e entusiamo de viver.
Pois se eu te souber feliz, também conseguirei viver bem.
Fique em paz, e até algum dia...
(SUELI CURRIEL)
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