sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O TEMPO PASSA...




Sempre que nos defrontamos com a dor a coisa mais comum que nos dizem é: com o tempo passa. O tempo apaga as marcas, cura feridas, estanca o sangramento.
Mas passar o tempo, oh, meu Deus! Quanto ele se arrasta! Miseravelmente lento.
E você é arrastado junto, e vai sentindo o martelar das horas no seu ouvido, o dilacerar dos minutos no seu coração.
Dia a dia, sentindo a dor, interrogando a consciência, procurando um sentido num imenso vazio...
Claro que o tempo passa, eu concordo plenamente.
E é verdade que a dor vai diminuindo. Mas eu sinto que é como se cada dia pingasse uma gota de serenidade num mar de angústia.
Quanto tempo será que ainda vai durar? Quantas gotas serão necessárias pra pelo menos suavizar esse sofrimento?
Não sei, mas eu tento viver, um dia de cada vez, sem muitas esperanças mas sem me deixar abater totalmente.
Procuro realizar as tarefas diárias, mas sem entusiasmo...
Tudo parece em tons de cinza, sem cor, sem vida, sem movimento.
Nada parece me comover, nem mesmo uma bela música, ou o cintilar das estrelas no céu, ou o resplendor da lua cheia, o cantar dos pássaros nesse início de primavera.
Nem mesmo a chuva que caiu abundantemente nos últimos dias me trouxe alegria, e eu que amo a chuva...
Está faltando algo fundamental, algo que se foi, que partiu e me deixou à mercê da minha própria insanidade.
Falta um doce olhar, uma mão suave tocando a minha, uma risada que contagiava tudo à sua volta.
Ah, minha doce amada! Quanta falta você me faz!
Minha vida perdeu a cor, perdeu o brilho, perdeu o calor.
Sei que nada vai poder modificar o que foi feito.
Nem rogativas de perdão, nem desculpas mil, nada disso vai alterar o que eu fiz.
Mas eu fiz, magoei, machuquei, feri. Fui cruel e perversa.
E eu vou ter que aprender a me perdoar. Por tudo.
Venho tentando luarizar a minha alma, através da prece, da meditação e questionamentos íntimos.
Estou buscando a minha cura, o reequilíbrio da minha serenidade e paz interior.
Um dia, em qualquer lugar da linha do tempo eterno, iremos nos reajustar.
O amor, sim, esse cura qualquer coisa.
E vamos nos harmonizar através desse sentimento sublime, o amor.
Agora eu só peço ao Eterno Pai que te conceda paz e serenidade, alegria e entusiamo de viver.
Pois se eu te souber feliz, também conseguirei viver bem.
Fique em paz, e até algum dia...
(SUELI CURRIEL)













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