sábado, 22 de setembro de 2012

ADEUS... 2



Então vou vivendo assim, um dia de cada vez, empurrando as horas, suportando os minutos...
A porta está fechada, não adianta esmurrar, gritar, você não vai mais abrir.
Não sei o que há do outro lado, não sei como você está, o que pensa, o que sente, o que sofre...
Nem tampouco você sabe de mim, porque eu sei que a porta não vai mesmo abrir, nunca mais...
Ficou tanta coisa por dizer, tantas perguntas sem respostas, tantas conclusões inconclusas.
Num dia era o amor verdadeiro, no outro eu me tornei a inimiga número um.
Você se foi, nem se despediu direito, nem me olhou direito nos olhos.
Não enxergou a dor, o choque, o sofrimento sem fim.
Eu gritei, esperneei, gemi, chorei, solucei.
Horas tormentosas se seguiram.
Tomei atitudes que não deveria ter tomado, cega pela ira, sem pensar em consequências.
Mas o que ficou disso foi apenas uma sensação de abandono, um vazio muito grande, um nada que nada nem ninguém consegue preencher.
Ando às tontas, hebetada pelos medicamentos, insone, fraca, consumida pela angústia.
Não  há mais feedback. Você cortou os canais de comunicação.
Não sei se lerá isto, talvez sim, talvez não.
Mas quero que saiba que daria tudo pra que nada tivesse acontecido da forma que aconteceu.
Que eu vou respeitar o teu silêncio e o teu afastamento, como aliás você respeitou o meu silêncio e isolamento há vinte e seis anos atrás.
Que não importa o que aconteceu, eu te perdoo por tudo e espero que também me perdoe pelas minhas atitudes insanas.
Que eu não tenho um botão de liga-desliga o amor.
Que ele ainda está dentro de mim e somente com o tempo vou conseguir te esquecer, deixar de te amar.
Que, apesar de tudo, vai ficar uma boa lembrança de tudo o que vivemos em tão pouco tempo.
E, finalmente, que um dia vou te aguardar nos portais da Eternidade, onde poderemos nos entender e nos harmonizar.
Sinto muito por tudo! Espero que você seja feliz com as tuas escolhas e tente se perdoar também por tudo.
Somos seres imperfeitos e falíveis, temos o direito de errar. E teremos infinitas oportunidades de reparar todo o mal que houvermos perpetrado contra o nosso próximo.
Fica bem e tente se lembrar de mim sem raiva no coração.
Até um dia... meu doce bem!
(SUELI CURRIEL)







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