Um cantinho pra reunir beleza, amor e poesia. Em que podemos deixar a feiúra da vida lá fora, longe de nossos corações. Seja bem-vindo!
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
DÚVIDAS...
Minha mente está um turbilhão.
Pensamentos desencontrados, soltos, sem nexo.
Não acho o fio da meada. Não encontro as respostas para as perguntas que assaltam minha alma.
Por que? Por que? Por que?
Não entendo nada do que aconteceu.
Sinto-me no olho do furacão.
Sentimentos diversos perturbam o meu espírito.
Às vezes penso que verdadeiramente você nunca me amou.
Talvez até tenha achado que sim, mas acho que foi uma ilusão.
Você me idealizou muito tempo e quando me encontrou achou que era amor. Mas não era.
Porque amor supera qualquer obstáculo.
Contorna qualquer dificuldade.
Salta qualquer abismo.
Mas você se deteve na primeira situação em que foi exigida um posição tua.
E você optou por aquilo que é mais confortável, mais tranquilo, sem que mexa muito com a tua vida.
Então você resolveu me deixar.
Então não era amor.
Não, acho que não.
O amor não opta pelo mais conveniente. Ele escolhe apenas aquilo que satisfaça plenamente o coração.
Você fechou todas as portas para mim, Deixou-me com as interrogações e dúvidas.
Eu apenas posso fazer conjeturas. Acho que isso, acho que aquilo. Mas nunca gostei mesmo de achismo.
Eu quero respostas diretas, francas e verdadeiras.
Mas vou ter que me contentar com o teu silêncio. A tua ausência. O teu desamor.
Talvez um dia o futuro me traga todas as respostas que necessito.
Então irei entender porque no lugar onde antes encontrava um olhar doce passei a encontrar um olhar frio.
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
LUTO
Luto... Engraçado como pensamos logo em morte de alguém muito querido. Mas na realidade o luto envolve qualquer perda muito significativa para nós.
No meu caso foi a perda de um grande amor. Um amor intenso mas que durou tão pouco tempo. Menos de um ano. Mas foi suficiente pra deixar marcas indeléveis na minha alma.
E a ruptura desse amor foi a pior coisa que jamais me aconteceu. Algo que eu nunca havia sentido.
Senti como se o coração estivesse sendo estraçalhado em milhões de pedaços e colocado de volta no lugar.
Fiquei sem ar, sem chão, sem apoio. Senti-me enlouquecer. Fui ao inferno e voltei, e tornei a ir e voltei...
Nada nesse momento te consola. Nem o carinho de um familiar, nem uma palavra amiga, você se entope de medicamento e não faz nenhum efeito.
É um momento delicadíssimo, onde você sente todas as fibras do seu ser serem dilaceradas. Você se sente morrendo um pouco de cada vez.
Mas como tudo na vida, isso também passa. Então chega o momento de enterrar o "morto". Varrer as lembranças, limpar armários e gavetas. Não deve ficar nada que nos remeta aquela pessoa. Uma faxina geral.
Aí estaremos prontos para uma nova vida, novas experiências, novos amores.
Porque a vida é uma constante. Não há solução de continuidade.
O show deve prosseguir. O coração exige continuar amando, se entregando, sem reservas, sem medos.
Uma experiência que não deu certo não nos deve paralisar.
Há muitos corações no mundo querendo ser tocados com o nosso coração. A vida assim o exige!
E eu espero encontrar alguém que possa comigo partilhar bons e maus momentos. Que me faça sorrir e me traga um raio de sol nesta minha vida que, neste preciso momento, está tão nublado.
Que assim possa ser!
(SUELI CURRIEL)
sábado, 1 de setembro de 2012
NOITE DE AMOR
Lua azul... Cheia, brilhante, linda.
E os teus olhos refletindo ela.
Doces, ternos, apaixonados.
Tua boca um abismo.
Eu me jogo, sem medo, sem hesitar.
O beijo nos consome, e nos entrelaçamos nessa paixão voraz.
Noite quente, nem sequer uma brisa sopra.
Nossos corpos suados unidos pelo intenso desejo.
Meus dedos percorrem teus contornos.
Quero te decorar, pra nunca mais te esquecer.
Você tem gosto de maresia...
Quero naufragar nas tuas ondas.
E, docemente, morrer de prazer.
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
ABANDONO
A praia ficou deserta. Apenas eu e o vento.
E a saudade... E as lágrimas... E a dor.
Dor de ter te perdido, de ter sido abandonada, deixada ao léu.
Visões de um passado nada remoto povoaram minha mente.
Lembranças doces, agora pontilhadas pela amargura da solidão.
Uma pequena casa, com cercas brancas, um jardim sempre florido, as cortinas balançadas pela brisa da tarde.
Como fomos felizes ali, você e eu, longe de tudo e de todos.
O nosso amor era tudo o que mais importava.
E vivenciamos intensamente cada dia, cada hora, cada minuto.
Apenas tentando fazer a outra feliz.
Pequenos mimos, flores colhidas e colocadas num vaso sobre a mesa do café...
Frutas da estação partilhadas embaixo da sombra do pomar generoso.
Quantos banhos de chuva e de cachoeira...
A rede estendida na varanda, nós duas, abraçadinhas, contando as estrelas...
As conversas até altas horas, em nossa cama, depois de nos termos saciado na volúpia do prazer.
Que bons tempos! Agora apenas tenho como companhia o grito áspero do vento e o som monótono das ondas se quebrando na praia.
Você se foi... A nossa historia terminou.
Nunca mais poderei nos teus mergulhar os meus olhos.
Nunca mais nossas bocas se encontrarão.
Nunca mais sentirei o bater do teu coração sob a minha mão.
Nem teu corpo se aconchegará ao meu nas noites longas de inverno.
Por que, meu Deus, tudo tinha que acabar assim?
Então não era amor verdadeiro?
Era apenas uma ilusão passageira?
Por que fui me enganar tanto assim?
Permita-me, Deus do amor, a esquecer aquela que tocou o meu coração de uma maneira que ninguém mais o fez.
E que venham novos amores habitar o meu coração.
Porque a solidão não é uma boa companheira e o amor corre-me célere nas veias.
Que eu possa lançar minha âncora no cais seguro da afeição e do companheirismo.
Amém!
(SUELI CURRIEL)
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
PACIFICANDO A DOR
Na contramão do destino: superação!
Navegar em mares incertos e indóceis.
Mergulhar no abismo colossal da paixão,
sem temor, o fogo líquido correndo avassalador nas artérias...
Busco-te nas entranhas da minha dor,
encontro-te ali, encolhida e impávida
a fitar o vazio desmesurado do abandono.
Recolho-te em meu abraço enternecido.
Afasto um fiapo de cabelo do teu rosto
e procuro os teus olhos desvairados.
Sugo-te a boca num beijo sôfrego.
Línguas ávidas a se torturarem numa batalha sem vencidos ou vencedores.
Você ouve as batidas ritmadas do meu coração:
"Amo-te! Amo-te! Amo-te!"
E nessa cadência melodiosa você encontra o bálsamo para as feridas ainda sangrando.
Ficamos ali, pacificadas e serenas... Sonhando com um radioso amanhecer que pouco falta para acontecer.
Por enquanto é noite... Mas há um esplendoroso luar e o céu aveludado está coalhado de estrelas brilhantes.
Aguardemos, minha amada, o dia tão esperado.
Ele virá nos encontrar abraçadas e confiantes.
O amor supera tudo, sempre.
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
PROJETOS DE AMOR
Não te afaste de mim! Não vê que te amo?
Não percebe que foi tudo uma miragem, uma ilusão?
Que você é o meu ancoradouro, o meu porto seguro?
Que preciso da tua mão firme e do teu abraço apertado?
Não gosto de te causar dor, sofrimento.
Quero apenas te fazer feliz, te dar todo o amor que mora dentro da minha alma.
Esse amor que você acordou depois de tanto tempo de solidão e abandono.
Quero trilhar um longo caminho com você, de mãos dadas e olhos postos no infinito.
Amada minha, o nosso amor estava escrito nas estrelas longínquas da imensidão do universo.
Ficaremos juntas embora as forças contrárias que insistem em nos separar.
Seremos mais fortes e nos desvencilharemos de todos os obstáculos.
O futuro nos aguarda, radioso e feliz.
Quero acordar em cada manhã e espiar o teu sono, despertar-te com um beijo doce e cálido.
Quero tomar banho de chuva com você.
Quero ver o pôr do sol com você ao meu lado.
Quero observar uma noite de luar com a cabeça repousada no teu ombro.
Quero contar as estrelas e fazer muitos pedidos para as estrelas cadentes que passarem diante de nossos maravilhados olhos.
Quero plantar um jardim a quatro mãos, cultivar rosas e orquídeas, nos embriagar com o perfume e beleza das flores.
Vida simples, vida plena. Sem complicações. Apenas eu e você. E o nosso amor.
Para sempre...
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 31 de julho de 2012
ANTÍDOTO PARA A DOR
Dentro de mim tudo é dor...
Tenazes em fogo rasgam o meu coração.
Hoje o desconsolo visitou minha alma.
Trouxe um pouco mais de amargura
a quem já vivia transtornada.
Respiro lentamente... Falta-me o ar.
Quero arrebentar as grades que aprisionam meu ser.
Quero sair para a rua, sentir o sol na minha pele.
Olhar as pessoas descuidadas da própria vida.
Sorrir para as crianças, afagar os cães perdidos.
Quero parar em uma praça, sentar-me em um banco,
cerrar os olhos e deixar as lágrimas caírem,
livres e abundantes.
Quero um bálsamo para esse sofrimento sem fim...
Como faço para encontrá-lo?
Talvez se procurasse em um bosque...
Ou no fundo de um rio...
Ou talvez quem sabe a chuva primaveril me viesse
trazer um alívio refrescante para o meu mal.
Mas eu acredito que é você quem me confortará.
Você com o seu olhar doce e terno.
Você com a sua voz mansa e serena.
Você com o abraço aconchegante e quente.
Você com o beijo apaixonado e arrebatador.
Arrebata a dor, arrebata a minha dor!
Vem, meu amor!
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 30 de julho de 2012
ENCONTRANDO A PAZ
O dia foi um tanto estranho hoje.
Senti-me como se pulando de um "bungee jump".
Passei do choro desconsolado à risada histérica.
De uma crise depressiva a um surto de euforia.
Passei do inferno ao paraíso, das areias escaldantes do Saara às eternas neves do polo sul.
Perdi a razão, passei longe da normalidade.
Mas passou. Sempre passa.
Reencontrei o fio do equilíbrio, restaurei a sensatez.
A noite veio e me encontrou serena. Olhos límpidos, coração batendo sossegado no peito.
Até mesmo um meio sorriso bailando nos lábios.
Lá fora a brisa corre fresca e livre, trazendo cheiros doces e suaves.
Nossas mãos se encontram, se entrelaçam...
Encosto a cabeça no teu ombro e busco a tua boca.
Um beijo sela a nossa paz.
Mais uma vez o amor venceu!
(SUELI CURRIEL)
DOR
Encontro-me perdida em um estrada solitária...
Há desvios, desvãos, fim do caminho, negação.
Flores atiradas a esmo, o perfume evolando-se sob o sol a pino.
Eu não sei se vou, se fico, se tomo um atalho,
se me atiro em um precipício de cruéis sacrifícios.
O vento passa gritando teu nome, o corpo fica todo arrepiado,
o coração dá um salto mortal nesse peito que nem é mais meu...
As dúvidas dilaceram a minha alma, já tomada de angústia.
Pra que prosseguir, se eu sei bem onde isso vai dar?
E se fico, sei bem tudo o que irei amargar.
De uma maneira ou outra o sofrimento está lá, me aguardando.
Um sorriso mordaz nos lábios envenenados pela concupiscência.
Vou-me entregar a ele, sem reservas, de cabeça baixa...
Que ele venha e me ensine a dor sem limites.
Até que um dia eu encontre a paz... Para sempre!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 20 de julho de 2012
AMOR... O FIM.
Fico a pensar e o pensamento voa pelas lonjuras desta noite.
O coração palpita descompassado, querendo extravasar do meu peito.
A noite é enluarada, de sabores e cheiros tropicais.
Ouço passos lá fora, talvez sejam os teus...
Chego à janela, o rosto comprimido na vidraça.
Não vejo nada. Apenas o silêncio agarrando tudo com suas tenazes frias.
A esperança se cala.
Uma lágrima rola...
Você não virá.
Ficarei apenas eu dentro da quietude noturna.
Sem teu braço, sem teu abraço.
Sem a cadência do teu riso, sem o brilho do teu olhar...
Onde o beijo unindo nossas bocas famintas?
Onde o passeio de mãos dadas sob o luar?
Que amarga desilusão! Que rouba a magia dessa noite, povoada de encantos mil...
Acredito que não amanhecerá... Não para nós.
Tudo se findou nesse desencontro desencanto.
Desfaço-me em soluços calados...
Volto a ouvir passos. Passos esparsos ecoando na noite.
Quem vem ou quem vai?
É o amor, dizendo adeus para sempre.
É a tristeza,chegando para ficar...
Mais uma lágrima cai...
O leito me aguarda. Vou sonhar.
E talvez, nunca mais acordar...
(SUELI CURRIEL)
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Adeus...
Fiquei sem entender... Quando dei por mim você já tinha partido!
Meus olhos tentaram reter a tua figura, mas em vão. Passo a passo você se foi...
E em minha alma só ficaram resquícios de um amor que não deu certo.
Muitas lágrimas, muito lamento. A saudade me consumia por inteiro.
Noite após noite, dia após dia, eu te esperava e você não vinha.
A brisa noturna me trazia o teu cheiro. Cheiro de cabelos recém-lavados...
A lua minguando me lembrava o teu sorriso...
Eu ouvia a tua risada sem perceber que era apenas a orquestra noturna dos pássaros e insetos.
Meu mundo encolheu sem você. Melancolia e tristeza deram o tom aos meus dias.
Onde foi que eu errei? Por que você se foi?
Que amor era esse que se desmanchou no ar, feito bolha de sabão?
Onde as promessas sussurradas entre beijos e carícias?
E a terna troca de olhares, as mãos se procurando enquanto caminhávamos sob o luar?
Em que momento da nossa historia nos perdemos uma da outra?
Não consigo compreender...
E você nem me deu uma chance de me explicar, de te questionar.
Acabou assim... Sem delongas, sem sequer um prévio aviso.
Agora eu tenho que caminhar sozinha, sem a tua presença, o teu amparo.
Porque você não vai mais voltar para mim. Pois fiquei sabendo que você encontrou um novo amor...
Então apenas me resta conformar-me com a situação e me alimentar das lembranças, que são tantas...
Lembranças de um amor que por tanto tempo me plenificou.
Mas que, talvez por descuido meu, se acabou...
(SUELI CURRIEL)
domingo, 1 de julho de 2012
DE MÃOS DADAS COM A SOLIDÃO
A noite estava linda... A lua se agigantando, quase plena em seu esplendor.
Soprava uma brisa fresca, agradável. Uma noite propícia para caminhar.
E eu fui, mas não estava sozinha. Fez-me companhia uma doce e querida amiga, que há muito eu não via.
Somos muito íntimas, muito ligadas. Andamos de mãos dadas, compartilhando olhares e trocando confidências.
Ela me conhece a fundo e teceu algumas considerações a meu respeito que, não fosse a amiga que é, provavelmente eu ficaria enraivecida.
Porque a gente sabe, a verdade dói muito. E custa-nos a enxergá-la quando se trata da nossa própria verdade.
Mas eu acatei os seus comentários e meditei longamente sobre eles.
E cheguei a algumas conclusões bastante interessantes a meu respeito. Mas essas considerações são muito particulares e eu não vou divulgá-las, para o meu próprio e o bem alheio.
Mas o que eu queria deixar registrado aqui, é que, quando silenciamos o nosso caos interno, conseguimos nos ver tal qual somos, sem máscaras, sem artifícios.
O barulho do mundo nos impede de nos adentrarmos, de nos conhecermos a fundo.
Então foi necessário que essa bela amiga, que se chama Solidão, se aproximasse de mim e me permitisse essa viagem interior.
Solidão, ah, quanto tempo eu não te permitia em minha vida. Fez-me falta, embora tenha estado muito feliz nos últimos tempos.
Prometo-te não me afastar tão longamente de ti, terna amiga.
Porque eu sei que a tua presença é-me muito necessária em alguns momentos.
E ontem foi um desses momentos, e eu te agradeço por isso.
Até algum dia!
(SUELI CURRIEL)
quarta-feira, 27 de junho de 2012
DOCE INVERNO...
O inverno chegou... Mas num país tropical como o nosso é até estranho falar de inverno.
Mas ele está aí, eu o sinto olhando pela janela e vendo o céu de um azul mais carregado, a minha pele sente o ar mais frio.
As manhãs são frias. Com o decorrer das horas o calor aumenta, e à medida que o sol declina, volta a esfriar. Um pouco, apenas um pouquinho.
Mas eu gosto. É uma deliciosa estação! Depois de passar calor o ano inteiro, um friozinho é sempre bem vindo.
Acho que eu deveria ter nascido num país nórdico, onde a estação fria é mais prolongada. Adoraria esquiar na neve, namorar perto de uma lareira, tomar chocolate quente todos os dias.
Claro que teria os inconvenientes, como ter que sair da cama quentinha e enfrentar os rigores do clima frio. Haveria tempestades de neve, não poderia sair de casa, ficaria ilhada num mundo de neve e gelo.
Teria que redobrar os cuidados com a pele e a alimentação.
Mas, enfim, ia amar mesmo tudo isso!
Mas, claro, isso é só um desejo. Vou ficando por aqui mesmo, nesse calor infernal. E de vez em quando um friozinho de nada para amenizar.
Por isso eu celebro mesmo essa estação, muito vento na cara, deixando a pele se arrepiar ao contato da brisa fria.
O único calor que eu suporto com prazer é o calor do beijo da minha amada. Esse não é frio de jeito nenhum e eu também adoro!
Mas quem poderia dizer que estou errada?
(SUELI CURRIEL)
sábado, 16 de junho de 2012
AMOR E PAZ
Acordei e o sol estava lá fora, brilhando opaco, através de densas nuvens.
Talvez chova, talvez faça frio. Ainda não sei. O tempo é muito imprevisível.
Assim como eu...
Hoje amanheci serena, tranquila e em paz comigo mesma e com o mundo.
Mas daqui a pouco não sei. Posso ficar melancólica, irada ou completamente doida.
Deve ser mal de quem carrega muita água no mapa astral. Peixes com ascendente em peixes.
É, deve ser isso.
Mas em todo caso, seja qual for o meu estado de espírito, existe um elemento pacificador, diante do qual eu fico absolutamente sossegada.
Você.
Você consegue me deixar em harmonia comigo mesma.
Apenas você, teu sorriso, tua voz suave, teu toque macio, teu beijo "caliente".
E o sol volta a brilhar! E a vida fica mais risonha! E o mundo um lugar melhor pra viver.
Amo muito você!
(SUELI CURRIEL)
domingo, 10 de junho de 2012
INDAGAÇÕES ÍNTIMAS
Estou perdida dentro dos meus pensamentos.
Longe de você, dos teus olhos, do teu abraço.
Sinto-me só e desamparada.
Penso que a luz está apagada, mas é apenas impressão.
É somente minha alma que se eclipsou da tua presença.
Quando será? E esse dia que nunca chega?
Será que um dia vai chegar mesmo?
Ou isso é apenas uma ilusão?
Penso, às vezes, que sim.
Que tudo não passa de um sonho.
Um sonho que construímos juntas, mas que acordaremos e nada daquilo será real.
Não quero me perder de você.
Você é a minha âncora, sem a qual eu fico à deriva.
Você me resgatou da minha solidão, trouxe uma lufada de ar fresco na minha vida insossa.
Você ensolarou meus dias frios e angustiantes.
Trouxe cor nas minhas paisagens cinzentas.
Pegou-me pela mão, me mostrou um mundo que eu nem imaginava.
Deu-me a conhecer o céu e as estrelas, constelações e nebulosas.
Indicou-me um caminho atapetado de flores perfumadas.
Juntas construímos castelos de areia e ríamos quando a onda os desmanchava.
Aprendi com você a amar a natureza, os animais e as crianças.
Com você consegui superar meus receios e dúvidas.
Agora eu te sinto distante, como se os nossos laços estivessem se rompendo.
E a dor vem visitar meu coração, trazendo inquietação e desassossego.
Quando nos teremos apenas para nós mesmas?
Sem impedimentos, sem empeços, sem nada entre nós?
Apenas o bater contínuo e ritmado de nossos corações.
Apenas o som da nossa respiração.
Apenas o murmurar do nosso beijo.
Apenas o calor dos nossos corpos.
Apenas eu e você.
E o amor.
(SUELI CURRIEL)
domingo, 27 de maio de 2012
DESILUSÃO
Desilusão, desilusão, danço eu,dança você, na dança da solidão... (Marisa Monte)
Enfim te encontro, ou reencontro, ou te confronto...
Mas então aí está você... Talvez tão perdida quanto eu...
Você se cala, eu emudeço. Palavras são desnecessárias.
Entre nós apenas o desejo se fazendo presente, inconsequente...
Tudo o mais em volta é um eco de antigos amores vibrando
nas paredes sólidas (sólidas?) deste castelo de ilusão.
O vento, desalento, perpassa pelas frestas da nossa indecisão.
Por onde seguir? Qual caminho tomar?
Olhares cabisbaixos, as mãos trêmulas,
o coração batendo na garganta.
A declaração de amor abortada na boca seca...
Pra que falar se o que mais quero é te beijar?
Então você entenderia todos os meus silêncios,
todas as minhas fugas para lugar algum.
Finalmente perceberia meu medo de transpor o abismo
que há entre nós.
Abismo fatal, colossal, mortal...
Lá embaixo jazem outros corpos, outras almas,
perdidas para sempre no turbilhão dos enganos.
Então sinto você também temerosa, não querendo correr o risco
de resvalar para o eterno nada...
E você não vem, não dá o passo decisivo.
E eu choro, as lágrimas abundantes escapam dos meus olhos febris.
E o beijo não sela as promessas que não foram ditas.
E o amor simplesmente se rompe como uma bolha de sabão.
Perdido, vencido, para sempre esquecido...
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 7 de maio de 2012
À TUA PROCURA...
Hoje eu senti a tua ausência de uma maneira dolorosa...
Um vazio imenso, que nada conseguiu preencher.
Era como se, protagonista de uma peça de teatro, a casa lotada, eu só conseguisse visualizar o teu lugar vazio na plateia...
Busquei-te nos escaninhos da mente e você estava lá, etérea e imponderável...
Procurei-te nas ondas do rádio e consegui sintonizar uma canção que você ama.
Passei nas bancas de jornal e você estava estampada em uma revista de moda, o sorriso rasgado, o olhar travesso...
Pedi ao vento notícias tuas e ele me concedeu apenas o aroma delicado dos teus cabelos.
Tive um vislumbre de você parada numa esquina, esperando o sinal abrir, mas assim que me aproximei, você desapareceu entre os carros...
Consegui ouvir tua risada ao passar por uma praça, mas apenas crianças brincavam na sua inocência.
Não consegui te encontrar, apesar da busca incansável.
Onde você estava? Por que fugiu de mim?
Não percebe que eu preciso muito da tua presença?
Não entende que a tua ausência me machuca?
Que eu preciso te saber ali, ao alcance dos meus olhos e do meu amor?
Por favor, fique, eu te peço!
Não desapareça da minha vida, não me deixe à deriva nesse mar de angústia.
Quero ter a deliciosa sensação do coração palpitando quando te percebo ao meu lado.
Venha iluminar minha vida, aquecer a minha solidão, dar um sentido aos meus dias.
Venha, eu te espero, de braços abertos e o peito transbordando de amor... Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 20 de abril de 2012
NAUFRÁGIO VOLUME 2
Caminhar sem rumo...
Escrever sem nexo.
Esgotar todas as minhas energias,
me exaurir,
tombar no meio fio...
Esvaziar as minhas angústias,
desacelerar meus pensamentos,
respirar o nada.
Palpitações, insônia,
olhar o nada...
Onde estou?
O que sou?
Pra onde vou?
O que me resta?
O que me cerca?
O que me espera?
Infinito, universo caótico,
oceano do esquecimento.
Vida, vida!
Estou me perdendo de ti...
Sou um náufrago buscando socorro...
S.O.S.!
Preciso de uma tábua de salvação,
braços gentis a me amparar,
olhos de maresia a me encarar.
Meu Deus, meu Deus,
cadê eu?
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 9 de abril de 2012
ROGATIVA DE AMOR
Eu só te peço uma coisa: fique mais um pouco!
O suficiente pra dizer-te coisas que ainda não disse.
Palavras que ficaram presas na garganta,
sufocadas no coração.
Promessas que não fiz mas deveria ter feito,
promessas que fiz e não cumpri...
Apenas mais um momento, eu te imploro!
Quero dar-te os beijos que sempre tive vontade,
mas que por receio não consegui me atrever.
Deixe-me abraçar-te apertado pra você sentir todo o calor do meu desejo...
Quero entrelaçar nas tuas as minhas mãos frias.
Olhar-te nos olhos e pôr a descoberto meus mais recônditos segredos...
Falar-te da minha dor, dos meus anseios, meus receios, minha solidão...
Não te vás, espera um pouco mais.
Pretendo convencer-te a me querer em tua vida,
a anoitecer em meu leito
e amanhecer em meus braços...
Braços, abraços, bem-querer...
Beijos, afagos, estremecer...
De amor, paixão, tresloucada ventura.
E pra sempre, infinitamente,
comigo viver essa loucura...
(SUELI CURRIEL)
quinta-feira, 5 de abril de 2012
ROMPENDO COM A DOR
Espera, esperança...
Não me deixes só com os meus tormentos...
Paz, pacifica as agruras do meu viver...
Estrela cadente, traz de volta o meu amor.
Coração, te aquieta em meu peito agitado,
Permita-me esquecer estes momentos
em que sofri amarguras mil...
Vida, quero esquecer os tons pálidos,
quero colorir-te em nuanças de arco-íris,
buscar no astro-rei o afago cálido
para aquecer minha alma fria.
Basta! Não quero mais viver assim.
Solidão, fica longe de mim!
(SUELI CURRIEL)
quarta-feira, 4 de abril de 2012
O CIÚME
O ciúme lançou sua flecha preta
e se viu ferido justo na garganta...
.........................................................
Sobre toda estrada, sobre toda sala
paira monstruosa, a sombra
do ciúme... (Caetano Veloso)
Quem nunca sentiu ciúmes?
Será que eu ouvi um não?
Ou será que todo mundo respondeu que sim?
Sim, com toda certeza.
O ciúme ainda faz parte da natureza humana.
É feio, é monstruoso, é egoísta, mas é humano.
Mas por que sentimos ciúmes?
Onde é que esse bichão nasce?
A resposta é clara e absurdamente lógica: ele nasce da nossa profunda ignorância das Leis da Vida.
Nós sentimos ciúme de alguém ou de algo porque achamos que esse alguém ou algo nos pertence.
Mas se conhecêssemos mais um pouco da vida saberíamos que nada nos pertence, nada é nosso.
Nem aquilo que aparentemente é nosso.
Você tem uma casa, um carro, um amigo, um amor?
Não, absolutamente não.
Ninguém tem nada, ninguém possui nada.
As coisas estão conosco apenas por empréstimo, as pessoas estão em nossa vida apenas de passagem.
Elas vêm, elas vão...
E nada vai mudar isso, não podemos reter nada, não podemos deter ninguém.
É que adoramos o pronome possessivo meu e nosso.
Isso é meu, aquilo é meu, fulano é meu marido, fulana é minha namorada, está é a nossa casa, este é o nosso carro.
Quanta ilusão! Alguém, por favor, me aponte quem já conseguiu levar algumas dessas coisas ou pessoas quando deixou esse plano físico.
Claro, no tempo dos faraós, os tesouros eram levados pra dentro da câmara mortuária e até pessoas eram encerradas juntos com o morto.
Mas, muito tempo depois, eles foram encontrados do mesmo jeito. Estavam lá. Alguns tesouros os ladrões levaram, outros permaneceram durante centenas de anos até serem resgatados pelos arqueólogos.
Então, quanta tristeza devem ter sentido esses faraós ao chegarem do lado de lá e se descobrirem desnudos, pobres, miseráveis e solitários.
Tanta riqueza e tanto poderio, e tudo isso ficou pra trás...
Era deles? Pertencia a eles? Claro que não...
Da mesma maneira nós agimos em relação às pessoas presentes em nossa vida. Queremos possui-las, tomá-las de si, algemá-las e constrangê-las à nossa presença.
Mas elas são livres para decidirem se querem ficar ou se querem ir embora.
Portanto, o ciúme, embora natural na nossa faixa evolutiva, nada tem a nos acrescentar, antes nos toma: o sossego, a paz, os sentimentos mais belos e mais nobres, que são a amizade e o amor.
O ciúme constrange, restringe, pune, acicata, revolta.
Ao invés, devemos amar e deixar o outro livre.
O amor liberta, dulcifica, plenifica, une.
Deixemos aqueles que comungam da nossa vida em liberdade total, isso os manterá ao nosso lado, porque se sentirão à vontade.
Somente o amor cria laços verdadeiros, mas o ciúme cria prisões.
E quem é que gosta de se sentir prisioneiro, ainda que seja uma cela dourada?
Abram as cadeias, as portas, os cadeados, e joguem as chaves fora.
Quem tiver que ficar em nossa vida, vai ficar pelo único motivo que realmente importa: o amor.
(SUELI CURRIEL)
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 2 de abril de 2012
A DOR COMO FORMA DE EVOLUÇÃO
Tenho pensado muito no mecanismo da dor como forma de evolução.
Muitos consideram injusto termos que recorrer à dor para progredirmos.
Mas, qual outro caminho? O amor? Será que o homem está pronto pra se entregar a este aprendizado, de forma consciente?
Eu, sinceramente, acredito que não. O homem se encontra ainda muito longe de aprender de boa vontade o que de uma maneira geral só aprende através do sofrimento.
A dor é uma mestra muito severa mas também muito eficiente.
Quem é que gosta de sofrer muitas e muitas vezes o mesmo tipo de suplício? Acho que ninguém, não é?
E quando passamos por certas dificuldades e penamos muito, aquilo de tal forma fica gravado em nossa alma, nossa memória, que evitaremos repetir os passos que nos conduziram àquela situação.
Entretanto, muitos repetem, sim, estes passos e erram diversas vezes, sofrem muitas vezes, até que a dor, chegando a um extremo insuportável, ensina o bom caminho ao transgressor.
Não podemos nos esquecer também que há muitos que se comprazem no sofrimento, talvez como forma de se auto punirem e expungirem suas culpas reprimidas. Mas, mesmo neste caso, a dor funciona como uma alavanca para a mudança dos quadros íntimos, uma cura para o mal interior.
Seria maravilhoso se a dor não existisse, se usássemos apenas o raciocínio para evitar situações desagradáveis e que ocasionem constrangimento.
Mas eu creio que, ao sentirmos uma dor, saberemos de uma maneira muito mais enfática que aquilo não nos faz bem e que devemos evitá-la.
É uma forma bastante eficaz de aprendizado. Uma lição que com certeza não nos esqueceremos jamais, e que ficará impressa de maneira indelével nos nossos arquivos conscientes e inconscientes.
Até que, por fim, chegados a um estágio superior de evolução, possamos agir apenas através de nossas escolhas pessoais, sem recorrer ao agravo do sofrimento e da dor.
Pode ser que esse dia esteja longe, mas ainda chegaremos lá. Com certeza!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 30 de março de 2012
NO MUNDO DA LUA
- Quero me afogar no Mar da Serenidade...
- E onde fica?.
- Na lua.
- E por que tão longe?
- Porque pra ter serenidade é necessário ficar bem distante...
- Distante de que?
- Daquilo que machuca o coração.
- Talvez você devesse se jogar no Mar das Crises. Fica na lua também.
- Por que nesse lugar?
- Porque é durante as crises que conseguimos nos resolver.
- Em seguida poderia dar um mergulho no Mar da Tranquilidade...
- Por que?
- Porque depois de uma crise precisamos nos tranquilizar...
- E depois?
- Bem, depois poderia me banhar no Lago dos Sonos, dormir e sonhar apenas coisas boas.
- Não tem um mar ou um lago do amor na lua?
- Acho que não. Por que?
- Porque toda essa conversa significa alguém muito carente, precisando de amar e ser amado.
- Será que não dá pra encontrar na Terra mesmo?
- Claro que dá! É só levantar daí e sair do mundo da lua e ir à luta...
- É verdade! Então lá vou eu!
(SUELI CURRIEL)
- Na lua.
- E por que tão longe?
- Porque pra ter serenidade é necessário ficar bem distante...
- Distante de que?
- Daquilo que machuca o coração.
- Talvez você devesse se jogar no Mar das Crises. Fica na lua também.
- Por que nesse lugar?
- Porque é durante as crises que conseguimos nos resolver.
- Em seguida poderia dar um mergulho no Mar da Tranquilidade...
- Por que?
- Porque depois de uma crise precisamos nos tranquilizar...
- E depois?
- Bem, depois poderia me banhar no Lago dos Sonos, dormir e sonhar apenas coisas boas.
- Não tem um mar ou um lago do amor na lua?
- Acho que não. Por que?
- Porque toda essa conversa significa alguém muito carente, precisando de amar e ser amado.
- Será que não dá pra encontrar na Terra mesmo?
- Claro que dá! É só levantar daí e sair do mundo da lua e ir à luta...
- É verdade! Então lá vou eu!
(SUELI CURRIEL)
quinta-feira, 29 de março de 2012
PARA UMA VIDA MELHOR!
O mundo é um lugar muito perigoso de se viver...
As pessoas se esbarram nas ruas e não têm a menor noção de quem é o outro.
As dores íntimas, as neuroses, os conflitos existenciais, as doenças da alma.
Muitos vivem no limite estreito entre a loucura e a sanidade.
Você pode ter um vizinho psicopata, um colega louco de pedra, e dorme tranquilo e inocente.
Mas, nós, todos os seres humanos, temos em nós zonas escuras de difícil acesso, inclusive para nós mesmos.
E no caos urbano é mais visível essa fragilidade emocional.
Não há tempo para diálogos, para cortesias, gentilezas...
Ninguém se importa com as dores alheias, apenas com o seu próprio umbigo.
A cidade é um palco perfeito para as disputas sangrentas, a violência armada, o confronto entre facções.
As pessoas estão cada vez mais trancadas em seu mundinho particular, a portas fechadas, muros altos, uma parafernália muito grande de segurança. Aliás, ilusória segurança, porque ninguém está seguro em parte alguma.
O homem tem uma multidão de amigos virtuais e nenhum amigo real, alguém com que possa contar de verdade, desabafar seus problemas, ter um ombro pra chorar suas dores.
Ele se isolou num mundo de faz-de-conta, e não sobrou nada de agradável no mundo real. Apenas pesadelos de horror.
Será que um dia veremos a fraternidade reinar em nosso planeta?
Será que os homens se darão as mãos, conviverão em harmonia, serão gentis e amorosos uns com os outros?
É bem possível que sim. Quando ele se cansar de viver só e isolado, e a natureza gregária dele falar mais alto.
Então ele vai procurar seus pares, seus iguais e aprenderá a viver em harmonia.
E o planeta Terra será um lugar maravilhoso de se viver!
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 27 de março de 2012
DESCOBRINDO O AMOR
Hoje, quando os meus olhos estavam mergulhados nos teus lindos olhos, eu me descobri encantada, embriagada, fascinada...
De mansinho, bem devagarinho, aproximei minha boca da tua e o beijo foi estonteante.
As tuas mãos se enroscaram nos meus cabelos e as minhas mãos tocaram a tua nuca numa suave carícia.
Lá fora o sol brilhava, espalhando calor e luz. Passava pouco das duas da tarde.
Poucas nuvens no céu, o vento era suave e carregava um cheiro doce de mato recém cortado.
Algumas cigarras ainda teimavam em emitir seu canto apesar do outono já ter começado.
Ouvíamos ao longe o alarido dos pássaros nas árvores e um rumor de crianças nos seus folguedos.
O mundo lá fora não nos pertencia e tampouco nos incomodávamos com o resto da humanidade.
Éramos apenas nós, engolfadas na harmoniosa batalha do amor...
Sussurros roucos, palavras carregadas de paixão, os corações batendo no mesmo ritmo.
A atmosfera estava carregada da eletricidade dos corpos se tocando.
Os lençóis amarfanhados, travesseiros pelo chão, roupas espalhadas pela cama.
A plenitude nos visitou, o cansaço tomou conta de nós, o sono foi bem vindo.
Dormimos, os corpos entrelaçados, a respiração regular, o ritmo cardíaco voltando lentamente ao normal.
Nessa tarde de amor foi que eu descobri onde realmente quero passar o resto da minha vida:
nos teus braços macios e amorosos, no aconchego desse sentimento que chega a ser de quase adoração.
Que venham os dias futuros, as horas mansas, os anos fartos de beleza e alegria.
É assim que eu quero viver, com você, para sempre...
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 26 de março de 2012
ESCOLHAS...
Você já se sentiu como se estivesse em frente a uma bifurcação e não soubesse qual o caminho tomar?
Estou me sentindo assim hoje. Indecisa, sem rumo...
As duas possibilidades são ótimas, mas o grande problema é que uma exclui necessariamente a outra.
E em nenhuma das duas dá pra se enxergar muito ao longe, pra ver no que vai virar.
Em todo caso, sempre temos que escolher. Mesmo que essa escolha seja não tomar nem o caminho da direita nem o caminho da esquerda e voltar nos próprios passos.
Ah, mas isso seria um retrocesso e eu acredito muito no progresso.
Tenho que escolher, mas quão difícil é esse exercício de tomar decisões, de sair de cima do muro, se jogar, arriscar...
E se esse caminho não for tão agradável quanto parece?
E se aqueloutro estiver salpicado de espinhos, de dor?
Só vou descobrir quando eu trilhar um deles, mas isso implica novamente em escolher.
Você conseguiria optar entre o sol ou a lua, a noite ou o dia, o calor ou o frio, mesmo sabendo que se tiver um não poderá ter o outro? Pois é, é justamente essa historia!
O que fazer? O que fazer?
E o pior é que não tem amostra grátis pra saber qual o melhor.
E o pior dos pesadelos, provavelmente se você resolver ir por um deles e se arrepender, o outro não vai estar mais lá, te esperando.
Percebe o meu dilema?
Quem deve escolher: a razão ou o coração, ou uma pitada dos dois?
Acredito que, embora todo esse conflito, eu vou ter que fazer uma escolha e pagar pra ver.
E que Deus me ajude!
(SUELI CURRIEL)
domingo, 25 de março de 2012
ESPERANÇA
Mais um domingo preguiçoso que chega ao fim...
Anoitece... Olho para o céu e vejo uma pequena e brilhante estrela, muito linda.
Penso que o nome dela deva ser Esperança, mas ela pisca e diz que não:
"O meu nome é Desencanto."
Fico muito triste e não consigo evitar uma lágrima, que rola e cai no chão.
Desencanto, Desengano, Decepção... Todas essas pequenas estrelas brilhando no meu céu particular.
Esperança, queria tanto te encontrar!
Roubar você desse céu apenas para mim. E nunca mais permitir que você vá embora.
Eu sei que você traria para os meus braços a minha amada.
E meus dias seriam cheio de uma luminosidade ímpar.
Nada mais de escuridão, de dor, de amargura sem fim.
Doces seriam as minhas horas, serenos os meus momentos.
E você assistiria ao nosso passeio noturno, sob o luar...
A nossa preguiça esparramada na rede, num balançar suave e ritmado.
O cheiro suave da terra molhada depois de uma chuva fresca.
Mas, ah, meu Deus, não consigo encontrar a Esperança...
Acho que ela está perdida para mim.
Procuro neste vasto céu, mas em vão. Ela não está em nenhum lugar.
Fecho os meus olhos por alguns segundos e então percebo:
A Esperança não está no céu, mas sim, dentro do meu coração.
Era por isso que não a encontrava, pois estava procurando no lugar errado.
Agora estou feliz, pois a Esperança é minha, toda minha!
Então vou à procura do meu amor, de minha amada!
A Esperança disse que ela está próxima, bem próxima de mim.
Que basta eu estender meus braços e ela se aninhará neles.
Olho para o céu e todas aquelas tristes estrelas parecem não mais importar, porque no meio delas eu encontrarei apenas uma, muito especial:
Você...
(SUELI CURRIEL)
VIVER A VIDA... VIVER O AMOR...
Respirando a vida em longos haustos...
Agarrando toda e qualquer chance de ser feliz...
Quem tem medo de quebrar a cara? Eu não!
Quero mais é acontecer, tentar, explorar esse mundo belo e eternamente jovem.
Coração aberto, plenamente exposto, revigorado e totalmente destemido...
Ainda que venha o sofrimento e a decepção junto, quem se importa?
Ninguém vai poder me acusar de ser covarde, de não ter buscado as oportunidades.
Pra onde vou? Não sei... Pra onde levar os meus passos rápidos e decididos.
Baterei em portas fechadas, adentrarei portas entreabertas, o que encontrarei atrás delas?
Só Deus sabe...
O sorriso será minha bandeira, o amor a minha oferta total.
Muitos virão, poucos permanecerão, mas somente um será o escolhido.
Será aquele que tiver o olhar audaz, a bondade nos gestos, a força no caráter e a doçura no beijo.
Aquele que estiver disposto a semear estrelas e colher flores primaveris.
Cujas mãos sejam firmes e o coração constante.
A voz serena e a alma gentil.
Mas, acima de tudo, que tenha o amor pleno para ofertar e compartilhar.
Amor por Deus, pela humanidade, pela natureza, e principalmente,
que me ame tal qual eu sou, sem restrições, sem condições.
Parece impossível? Bem, não custa nada sonhar...
(SUELI CURRIEL)
sábado, 24 de março de 2012
VERBORRAGIA, TERAPIA PARA A DOR...
Quero escrever, escrever, escrever...
Verborragia, hemoptise verbal...
Ficar vazia de todas as letras, de todas as palavras.
Quero dar nome aos sentimentos que me sufocam e escrevê-los em letras garrafais...
Desejo alijar de minha alma todo o cansaço que me domina, todo o desencanto que me acompanha...
Rabiscar em um folha em branco todos os gritos de dor presos na garganta, todas as lágrimas sentidas represadas em meus olhos febris...
Passar a limpo todos os sonhos desfeitos, todos os desejos reprimidos, toda a esperança perdida...
Reestruturar os parágrafos sem nexo, as reticências sem fim...
Reordenar os capítulos desencontrados, as frases inacabadas...
Colocar os pingos nos is, os pontos finais na velha historia de ilusão e tormento...
Sintaxe do coração, regência da paixão...
Pontuo a gramática da minha vida e descubro, lá, no meio de velhas cartas amarelecidas pelo tempo,
um nome, apenas um nome,
o qual farei escrever em um grande luminoso de gás neon:
Você...
(SUELI CURRIEL)
CHAMADO PARA AMADA
Quero viver em uma ilha, no mar da tranquilidade.
Cercada por águas azuis e espumas brancas.
E o sol a brilhar e a lua a me enfeitiçar.
Trepar no coqueiro e tomar água de coco.
E catar conchinhas e fazer lindos colares pra minha amada...
Quero ouvir o pio noturno da coruja e a sinfonia melodiosa do vento entre as folhagens.
Acender uma fogueira na praia e cantar uma canção de amor pra minha amada...
Banhar-me em um regato e plantar meu próprio alimento.
Pescar belos peixes e assá-los para comer com minha amada...
Quero apenas uma cabana tosca coberta com folhas de coqueiro.
E dormir serenamente nos braços de minha amada...
Minha amada... Onde você está?
Por que não responde ao meu chamado?
Será que o mar, ciumento, te tragou em suas ondas revoltas?
Ou será que foi um pirata de perna de pau que te levou para o navio dele?
Será que um belo tritão te seduziu com seu canto irresistível?
Ou terá sido apenas um sonho e você nunca esteve realmente ao meu lado?
Venha, amada, para os meus braços, viver comigo nessa ilha, longe de tudo e de todos.
Você, eu e o nosso amor...
(SUELI CURRIEL)
NAUFRÁGIO
A doçura transbordou toda... e ficou pingando no piso frio.
Foi desperdiçada nas palavras que não foram ditas, no beijo que não foi trocado, no amarfanhar dos lençóis que não foram usados...
Agora quem manda é a amargura, o fel, o desar...
Viverei apenas de lembranças?
Ficarei perdida como náufrago em alto mar?
Sem que me apareça uma única embarcação pra me resgatar desse oceano de dor?
Será que conseguirei chegar em segurança em alguma ilha perdida, cercada de paz?
Talvez sim... Então recolherei seixos e conchas e com elas formarei apenas um nome que meu coração não cessa de murmurar: você...
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 23 de março de 2012
E ENTÃO?
De repente você chegou!
Entrou em minha vida como o sol penetra em um quarto sombrio, iluminando e aquecendo todos os cantos.
Como um furacão você varreu a ordem tão ciosamente cultivada nos meus dias.
Como uma chuva fresca você inundou minhas horas mornas e entediantes.
Como um calor de uma tarde de verão você derreteu o gelo que envolvia meu coração.
Seduziu-me com o teu sorriso cativante, teu olhar faiscante de desejo, tua voz quente, teu cheiro doce...
Fiquei irremediavelmente perdida no teu abraço, emaranhada na teia do teu querer...
Uma paixão avassaladora tomou conta de nós...
De onde você veio?
De qual arco-íris foi arremessada, já que trouxe tanta cor aos meus tons de cinza?
De qual estrela perdida na infinitude do universo você me foi entregue?
Por que caminhava sozinha, apartada da minha companhia?
Onde você estava escondida, que te procurei tanto tempo e não te achei?
Agora você vira meu mundo de cabeça pra baixo, mina as minhas estruturas mais sólidas, põe em xeque as minhas mais profundas convicções.
O caos se instalou onde antes havia apenas ordem.
O que você deseja de mim? O que espera de mim?
Por quais estradas caminharemos? Quais edifícios construiremos juntas?
Devemos mesmo continuar alimentando esse sentimento que nos perturba o sono, que invade nossos sonhos?
Será que devemos rasgar o véu da incerteza que povoa nossas horas de aflição?
Eu quero você...
Preciso urgentemente te tocar, te sentir, te realizar...
Caminhar de mãos dadas com você até os confins do universo. Lá, onde há a sinfonia maravilhosa regida pelo silêncio das bocas cansadas.
Onde não há mais dúvidas, amarguras e dor.
Amor... Amor... Eis-me aqui!
(SUELI CURRIEL)
quinta-feira, 22 de março de 2012
DOCE ACONCHEGO DO AMOR
Minha taça transbordou de fel!
Agora preciso de uma dose de mel!
Do mel dos teus beijos... da tua boca macia.
Caminhei... Andante sem rumo...
Encontrei descaminhos, desvios, desvãos.
Quero encontrar um porto seguro no calor do teu abraço.
Ancorar meu barco no cais do teu afeto.
Estou descalça, desnuda, desamparada, desesperançada.
Vou procurar a esperança no afago do teu olhar, olhos de céu e de mar...
Cansada, sedenta, faminta, mendiga...
Venha ser meu alimento, meu alento, meu acalanto, meu canto de paz...
Desiludida, perdida,sofrida, varrida (de todos os sonhos)...
Venha me aconchegar em teu regaço, em teu braço, em teu abraço de ninar...
Vou para ti com os pés sangrando, o corpo dorido, a alma tresloucada de dor..
Venha ser o meu bálsamo, meu refrigério, a cura para o meu mal...
Meu coração está estiolado, ressecado, estraçalhado, sem querer mais bater.
Dê-me o tesouro guardado em teu coração pra ele voltar a viver.
Seja o meu farol, o meu sol, minha estrela guia, meu caminho de luz...
Dê-me a tua mão, firme e segura, e caminhe comigo nesta estrada para o infinito...
Infinito de sonhos, sonhos construídos de matéria real, tecidos de beleza e eternidade.
Onde a felicidade nos aguarda, onde a ternura nos espera, e a vida apenas será:
Amor, doce encanto a nos afagar!
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 20 de março de 2012
SOLIDÃO...
A solidão é algo extremamente complicado de se lidar, tendo em vista que o homem é um ser gregário por natureza.
Ninguém vive muito tempo só sem adoecer.
Ninguém é uma ilha!
Precisamos, portanto, de nos reunirmos com os nossos semelhantes, seja pra trocarmos energia, nos comunicarmos ou simplesmente ficarmos juntos.
O ser humano precisa de contato, precisa de toque, precisa sentir a proximidade de outro ser humano.
Eu concordo que um pouco de isolamento é necessário, às vezes. São momentos em que precisamos estar apenas conosco mesmos, colocar as ideias no lugar, refletirmos, repensarmos nossa vida, tomarmos decisões importantes, enfim, fazermos um balanço acurado da nossa existência.
Mas, de uma maneira geral, precisamos conviver com o próximo, seja no lar, no trabalho, na sociedade, no lazer.
Ninguém pode dizer que é sozinho, pois estamos sempre com pessoas ao nosso redor. Eu posso morar sozinha, mas vou ter sempre um vizinho; posso trabalhar sozinha, mas vou ter sempre que lidar com terceiros na minha atividade profissional.
A maioria das pessoas busca companhia, em todos os momentos do dia. É muito saudável e prazeroso.
Acredito que a solidão, em relação à vida afetiva, pode ser um tormento muito grande para algumas pessoas.
Elas se sentem infelizes quando estão sós, ficam carentes e até mesmo depressivas.
Infelizmente, nesses casos, uma boa maioria acaba se atirando desesperadamente à procura de uma parceria, que possa preencher seus anseios e desejos mais recônditos.
É justamente aí que mora o perigo, porque nessa busca podemos encontrar quantidade, porém qualidade dificilmente se vai alcançar.
Há criaturas que passam de um relacionamento a outro, incansavelmente, sem conseguirem encontrar aquilo que elas acreditam que possam plenificá-las.
Mas eu penso que a primeira providência a ser tomada nestes casos é uma conscientização do indivíduo acerca do seu próprio valor. Acreditar-se, estimar-se, amar-se.
Temos que aprender urgentemente a nos amar para somente então amar o outro ou ser amado pelo outro.
Ninguém vai preencher nossos vazios, atender nossas carências. Apenas nós, e tão somente nós, é que podemos fazer isso.
Todo ser humano é um ser único e especial. Cada um tem o seu valor individual dentro do contexto geral.
Devemos adentrar em nosso íntimo e descobrir as nossas potencialidades, algumas até adormecidas, e trabalhá-las para que elas consigam fazer a diferença no meio onde fomos chamados a viver.
E, assim, estaremos prontos a nos entregarmos ao outro, ao amor pleno que encherá nossos dias de alegria e paz.
(SUELI CURRIEL)
segunda-feira, 19 de março de 2012
UMA CHAVE PARA O CORAÇÃO
Estou aqui, parada em frente à tua porta. Em frente à porta do teu coração.
Devo entrar ou não? Você me aceita do jeito que eu sou, sem tirar nem pôr?
Olhe nos meu olhos... o que você enxerga? Amor, ternura, paixão,desejo?
E seja lá o que for que você vê, isso basta?
O que você espera de mim? Companheirismo, alguém pra dividir tudo, ou apenas uma parceria agradável pra dividir uns poucos momentos?
Pense em mim como uma pessoa disposta a quebrar barreiras, enfrentar obstáculos, abrir mão de certos confortos, passar por cima dos preconceitos, apenas para ter o direito de ser feliz.
Não me incomodo de ir até os confins do universo, desde que seja para fazer o ser amado feliz.
Eu correria a maratona de Nova Yorque se soubesse que isso ia arrancar um sorriso teu.
Eu escalaria o Monte Everest se soubesse que você ia estar me esperando lá no pico pra me recepcionar com um beijo ardente.
Não, eu não fujo da raia. Eu realmente visto a tua camisa, se achar que isso vale a pena.
Mas também tem algo a meu respeito que você deve conhecer, pra depois não alegar ignorância. Estando comigo você vai transitar entre o céu e o inferno. Terá momentos de alegria e felicidade mesclados com instantes de profunda raiva e frustração. Terá sorrisos misturados com lágrimas, borboletas esvoaçantes no estômago, coração palpitando acelerado, momentos de euforia seguidos de surtos depressivos.
Pense bem: você realmente deseja que eu adentre o teu coração? Quer mesmo correr todos os riscos?
Se sim, se você me deseja aí, alojada nesse coração já tão sofrido, estou apenas esperando um sinal.
E então poderemos conhecer as delícias e os tormentos dessa união que já se delineia em nossos olhares, no compasso das batidas dos nossos corações e na sede insuportável das nossas bocas se beijarem.
Estou aguardando...
(SUELI CURRIEL)
domingo, 18 de março de 2012
O AMOR E AS ROSAS
Elas chegaram pela manhã. Um pouco depois das nove. Uma dúzia delas. Vermelhas.
Junto com elas veio o cheiro do teu amor, a suavidade do teu beijo, o frescor do teu riso.
Fiquei extasiada, abraçada com o buquê, aspirando o suave perfume, sentindo a maciez das pétalas.
Coloquei num jarro com água, e fiquei olhando, durante algum tempo. Tentando entender a extensão desse amor. Desse amor incansável e terno, que me preenche todo o vazio que carreguei tanto tempo na alma.
Fiquei pensando em como nossas almas estão conectadas, e há tanto tempo. Tanto, que nem quase três décadas de separação conseguiram afrouxar.
Onde foi que tudo começou? Não, não foi há vinte e sete anos, quando o teu olhar cruzou com o meu pela primeira vez. Foi antes, bem antes. Nem temos sequer a mais ligeira ideia.
Mas em algum ponto da linha do tempo ele nasceu. Éramos dois indivíduos distintos, vivendo cada qual a sua vida e de alguma maneira, nos esbarramos, nos olhamos e sentimos algo inexplicável brotando em nosso íntimo, irreversivelmente.
Nem sempre foi harmonia, nem sempre foi fácil. Lutamos bravamente contra o sentimento que inundava nossas almas. Mas foi em vão. O sentimento foi crescendo, crescendo, até tomar totalmente conta de nossas vidas.
E caminhamos, lado a lado, durante muitas vidas. O sentimento se fortaleceu através dos séculos, enfrentando dificuldades e obstáculos.
Cultivamos a amizade, o afeto e a ternura. Fomos filhos e pais, irmãos, amigos, amantes.
E, nessa atual existência, quando nos olhamos pela primeira vez, apenas retomamos a nossa historia, de onde ela havia parado.
Por isso foi tão intenso, tão deliciosamente irresistível. E em pouco tempo já havíamos nos fundido de novo, em um só ser.
E, embora tenha havido um ligeiro afastamento, o sentimento não mudou, não perdeu o viço e a graça.
E, hoje, ao receber as rosas, consegui visualizar nós, lá no futuro, nos amando sempre e com mais intensidade, caminhando de mãos dadas em direção ao infinito...
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 16 de março de 2012
O AMOR E O TEMPO... NADA MUDA
Cai a chuva lá fora!
Os pingos escorrendo pela vidraça me fazem lembrar os teus olhos, olhos líquidos, chorando numa tarde, há muito tempo...
Eu disse adeus e fui embora...
Você ficou só e ferida. Abandonada à própria sorte, sem o amparo do meu abraço, sem o calor do meu corpo junto ao teu.
Tua boca ficou vazia da minha. No lugar dos beijos, gritos de dor.
Não mais as conversas até de madrugada, nem as risadas partilhadas, nem o entregar-se ao doce exercício do amor.
Você tentou me reter, mas em vão. Eu tive que partir para uma batalha sem sangue, uma guerra sem feridos.
E nada podia me deter, nada.
Nem mesmo o teu amor incondicional, a tua amizade e companheirismo constantes. Nem mesmo a extasiante sensação de fogo percorrendo minha pele quando você se aproximava de mansinho querendo me amar...
E os anos se passaram, lentos e inexoráveis. A dor da separação foi amenizando aos poucos, até se tornar apenas um borrão na lembrança.
E um dia, eu voltei de minhas andanças. Mas você já havia se acomodado à dor, tinha retomado as rédeas da tua vida.
Mas um olhar nos traiu, uma palavra, apenas uma frase conseguiu remover as barreiras defensivas que você havia construído ao longo dos anos.
E o amor novamente se fez entre nós. De uma maneira doce e inexplicável, como se o tempo não tivesse escoado pela ampulheta da vida.
E tivemos que contornar todos os obstáculos, naturais após tanto tempo distantes. Um a um, foram superados.
E aqui, estamos, novamente de mãos dadas e corações unidos, escutando o barulho da chuva que insiste deliciosamente em cair lá fora.
A minha boca procura a tua, com suavidade e ternura, e um beijo sela como uma promessa esse amor, que com certeza, estava escritos nas estrelas
Eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
sexta-feira, 9 de março de 2012
A LOBA SOLITÁRIA
Como é difícil definir alguns sentimentos que nos invadem, às vezes nas horas mais impróprias!
Como é complicado se autoanalisar e reconhecer seus próprios erros e limitações.
Hoje me olhei no espelho da verdade e tomei um susto. Era uma estranha que me fitava do outro lado do espelho. Alguém que eu não conhecia mas que estava ali, diante de mim, me questionando, me apontando um dedo acusador, me fazendo até mesmo ameaças.
Fiquei um momento aturdida, sacudi a cabeça e o momento passou. Era eu novamente, com a velha máscara de todos os dias, firmemente afivelada ao meu rosto.
Mas ficou aquela sensação pairando em minha mente. Uma sensação de ter descoberto um segredo muito sujo e escabroso.
Quem sou eu realmente?
Será que me enganei tanto tempo assim? Será que fugi tanto do conhecimento de mim mesma?
Onde estão e quais são os meus verdadeiros valores?
E por que uma face tão horrenda por baixo dessa máscara que insisto em usar?
Será que todos os seres humanos têm esse mesmo problema? Ou não se dão conta?
Eu só sei que aqui, dentro do mais profundo eu, mora uma loba solitária, sedenta de sangue e faminta pela caça. Uma predadora nata, violenta nos seus gestos e incontida nos seus desejos.
Mas, é claro, nunca deixo que ela venha completamente à superfície. Não, não. Ela assustaria e machucaria muita gente.
Mas, de vez em quando, eu permito que ela mostre suas garras e um ou outro acabam saindo arranhados e feridos.
Eu tento cultivar a doçura e a meiguice. Espero que isso ainda faça parte realmente da minha personalidade.
E que a velha loba solitária acabe morrendo de fome ou então, que se torne vegetariana e saiba conviver em harmonia com o resto da humanidade.
Mas enquanto isso não acontecer, prefiro deixá-la lá dentro, escondida até mesmo de mim.
Pode uivar o quanto quiser, menina má, aqui não há lugar para você.
Fique ai mesmo, recolha-se à sua insignificância, antes que tudo acabe mal pra nós duas.
E nem adianta implorar só porque é noite de lua cheia. Eu quero sossego, quero dormir em paz, sem carregar um peso na consciência de ter feito alguém sofrer.
Talvez você não saiba, mas a minha porção boa ama muito a humanidade, embora deteste alguns, em particular.
Mas é essa porção de amor, ainda embrionária, que me fará um dia cantar hinos com os anjos.
E que venha esse dia e que eu possa ser feliz!
(SUELI CURRIEL)
domingo, 4 de março de 2012
ALMAS AFINS... AMOR SEM FIM!
Hoje a felicidade veio me servir o café da manhã na cama.
E próximo à janela do meu quarto havia uma orquestra de pássaros executando uma sinfonia celestial.
O sol se vestiu de dourado e o céu do mais profundo anil.
O verde das árvores estava brilhante e as flores se engalanaram com as mais diversas cores.
O ar estava puro e a temperatura cálida.
O meu coração transbordava de amor, um amor profundo e tranquilo, onde a certeza de ser amada marcava o ritmo dos batimentos.
Olhei-me no espelho: vi o brilho dos meus olhos e a serenidade da minha expressão. Sorri para a imagem refletida e cantarolei um trecho de uma canção de amor.
Lembrei-me de você: teus olhos mergulhados nos meus, inundados de um doce sentimento. Tua boca tão próxima à minha. Um beijo nos uniu ainda mais. As batidas dos corações se misturaram e naquele momento o mundo lá fora deixou de existir.
Aqui dentro só existia nós. Nós e nosso amor.
Amor gigantesco, que atravessou séculos enfrentando obstáculos e separações, tristeza e saudade.
Amor que assistiu às ascensões e quedas de impérios. Que viu o sangue dos mártires e o copioso pranto dos órfãos e viúvas de guerra.
Amor que resistiu ao tempo, que se manteve incólume mesmo diante das mais dolorosas dificuldades.
Hoje aqui estamos. Mãos dadas, almas vibrando em uníssono e a profunda certeza de que nossos corações estarão unidos pela eternidade.
Que esse amor produzirá flores, frutos e bençãos sublimes.
Que assim, corações entrelaçados, caminharemos de encontro ao Criador do Universo para nos vestirmos das luzes radiantes da perfeição espiritual.
Meu amor, eu te amo!
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
CADA UM NO SEU QUADRADO
Hoje me peguei pensando em nós... ou na impossibilidade de nós. Acho que continuaremos sendo: eu aqui, você acolá. Sem formarmos um par, um casal.
Vamos ter que nos contentar com cada um vivendo no seu próprio quadrado, vivendo a sua própria vida, sem misturarmos nossas emoções, nossos desejos, nossos sonhos.
O que impede o nosso amor de se consumar? Responda-me você.
Eu estou livre para vivenciar qualquer historia de amor. E você?
Até quanto você se dispõe a ir pra realizar um sonho de décadas?
Um sonho solitário, é bem verdade. Mas que você acalentou, ano após ano, mesmo que nem sempre estivesse consciente disso.
Você me amou tanto e agora que estou aqui, na tua frente, disposta a partilhar este amor, sem saber o tempo que ainda nos resta, você recua.
Eu imagino que você tenha todos os motivos plausíveis para adiar a consumação desse projeto.
Mas até quando? Quanto tempo ainda temos? Até quando a vida vai nos esperar? Posso te garantir que não indefinidamente.
Agora é a hora! Sejamos felizes já! Paguemos o preço.
Ou então vamos engavetar esse projeto e deixá-lo lá, empoeirado, amarelecido pelo tempo, esperando que as futuras gerações tome conhecimento de um sonho de amor que nunca deu certo.
(SUELI CURRIEL)
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
FELIZ ANO NOVO! TCHAU ANO VELHO!
O ano está findando... Tchau ano velho! Já vai tarde.
Agora é esperar pelo novo. Novo ano, novas esperanças, novos planos, novas perspectivas.
Um sopro de brisa fresca em nossas almas. Que 2012 revigore nossas energias já tão gastas nesse ano que já deu o que tinha que dar.
Promessas, muitas promessas. Projetos, planejamentos, ano novo, vida nova, novos amores, novos sonhos.
Isso tudo traz um novo alento ás nossas tão cansadas almas. Cansadas de lutar, de esperar, de brigar, de espernear.
Um ano é muito tempo? Ou é pouco tempo? Depende...
Muito tempo para sofrer, pouco tempo para ser feliz.
Doze meses, cinquenta e duas semanas, trezentos e sessenta e cinco dias.
Podemos usar esse tempo para modificar um tanto de coisas que achamos erradas em nossas vidas.
Podemos utilizá-lo para sair em busca de um novo emprego, de um novo projeto de vida, um novo amor...
Usarmos esse tantão de tempo para criarmos juízo ou adquirirmos algumas virtudes, ou pelo menos um esboço delas.
Ou podemos simplesmente ficarmos a ver os dias passarem, calmos e preguiçosos, sem nos renovarmos, sem nos preocuparmos com nada. Deixar passar a vida (ou o ano) em brancas nuvens.
É sempre uma questão de escolha. Nós somos os arquitetos do nosso destino.
Das nossas escolhas dependerá como será esse ano que vem chegando de mansinho.
Talvez, se optarmos por bons caminhos, no final do ano nem queiramos que o ano vá embora.
Não estaremos querendo chutar o ano velho. Apenas nos despediremos dele com alegria e gratidão.
E querendo que o ano seguinte seja tão bom (ou melhor) que o ano velho.
Seja qual for a sua escolha, não esqueça de comemorar a chegada no novo ano com alegria e otimismo, tentando deixar para trás tudo aquilo que foi ruim em sua vida.
E ainda que pareça curto, e que acabe, eu te prometo, existe vida depois que soar a última badalada do ano velho!
(SUELI CURRIEL)
sábado, 17 de dezembro de 2011
FIEL, SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO.
Fiquei pensando seriamente numa frase que me disseram hoje:
"Você tem que ser mais flexível em um relacionamento senão fica difícil a convivência."
Então está certo. Mas vamos em primeiro lugar definir o que é ser flexível.
Pelo que consta, ser flexível é aceitar algumas coisas que ás vezes ou quase sempre, não concordamos. Então relevamos, ou fazemos de conta que não vimos, ou que isso não nos perturba, apenas pra não haver atritos desnecessários.
Isso eu concordo. Acho mesmo que num relacionamento maduro os envolvidos devem tolerar determinadas diferenças, compreender certas limitações no outro.
Às vezes um dos parceiros gosta de dormir cedo, o outro gosta de ir bem mais tarde.
Um é superorganizado, o outro é bagunceiro.
Um começa a apertar o tubo de creme dental lá na pontinha, o outro prefere apertar logo no meio.
Alguns gostam de sair, outros não. Uns gostam de assistir televisão, o outro detesta.
Um adora futebol, o outro odeia.
Enfim, milhares de pequenas diferenças que acabam por enriquecer a vida em comum.
Mas... Acontece que quando essa frase foi dita estávamos falando de algo um tanto mais sério: traição, lealdade, fidelidade.
Então alguém faz o favor de me esclarecer, como se pode ser flexível com um assunto deste?
Quando se fala em amor, isso pressupõe algo muito básico como o respeito. E quem respeita o outro, não comete nenhum ato de traição.
Quem ama verdadeiramente, não vai jamais cogitar em olhar pra outra pessoa com segundas, terceiras ou quintas intenções. Muito menos cometer o ato mais vil de todos: a infidelidade.
Que amor é esse? No coração de quem ama realmente não há lugar pra mais ninguém. Mesmo que seja para uma simples conjunção sexual.
Porque acreditar que apenas transar com uma terceira pessoa não significa traição é banalizar demais uma coisa tão maravilhosa como o sexo.
Então eu acredito sim, que sou inflexível nesse assunto, que endureço muito.
Numa relação de amor não cabe um ato tão escabroso como uma traição.
E o que eu não quero pra mim, também não acho justo fazer com o outro.
Compartilhar, ah, esse eu deixo para o Facebook. Lá você pode compartilhar o que quiser, com quem desejar.
Numa relação a dois não há espaço pra mais ninguém, ninguém mesmo.
E, sinceramente, não gosto muito do número três, odeio triângulo, prefiro muito mais duas linhas paralelas, caminhando lado a lado.
E se tiver que ser flexível a ponto de aceitar uma deslealdade, prefiro ficar solitária o resto da vida.
Porque amor-próprio também faz bem pra pele. Como dizia um antigo ditado:
"Antes só do que mal acompanhada!"
(SUELI CURRIEL)
sábado, 1 de outubro de 2011
REENCONTRO...
Acordo... O quarto está às escuras.
Através da janela aberta consigo ver uma nesga de céu, aveludado e pontilhado de estrelas.
Percebo duas estrelas, brilhantes e muito próximas. Parecem seus olhos, mas não são.
Fecho os meus próprios olhos e me pego a sonhar com você.
Lembra, de quando tudo começou? Magia é a palavra certa. Foi mágico, surpreendente!
Em um momento éramos dois indivíduos, cada um com sua história. No outro, em seguida, nos tornamos apenas um. Apenas um corpo e uma mente, ligados pelo desejo de nos tornarmos um só coração.
Rolo na cama, as lembranças me deixam com um sabor de saudade.
Saudade daqueles dias, tão doces e belos.
Uma saudade tão grande, que me impulsiona a te resgatar das brumas do passado.
E você retorna, e novamente nossas almas se tocam.
Eu posso novamente mergulhar os meus olhos nos poços escuros dos seus olhos.
E não quero sair de lá, nunca mais.
Quero me perder neles, sem esperança de ser resgatada.
Quero ficar para sempre emaranhada no cipoal do seu amor.
Lá fora ainda é noite, mas não demora muito vai chegar o dia, vibrante e colorido.
Aquelas duas estrelas ainda me fitam. Sim, são os seus ternos olhos, a vigiar o meu sono, para que nada o perturbe.
Sinto uma desmesurada paz, meus olhos vão se fechando lentamente, então adormeço...
(SUELI CURRIEL)
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Saudades...
Por que a amargura toma-me por vezes?
Ainda que o sol brilhe lá fora, sinto-me mergulhada nas sombras do desespero.
As lágrimas toldam-me os olhos, escorrem pelo meu rosto. Sinto o gosto salgado delas.
Abro a janela e o vento vem sussurrar uma doce canção de amor. Olho o jardim: as árvores estão despindo suas folhas. É outono! Tempo de se preparar para um longo inverno.
Não há mais sementes de esperança armazenadas nos refolhos da minha alma.
Tudo parece crestado, seco, desolado...
Que saudades dos dias brilhantes da primavera! Quando a natureza fazia a festa nas flores coloridas. E a música dominante era o alarido dos passarinhos namorando nos ninhos.
Saudade da chuva caindo no telhado, inundando a terra e o regato.
Saudade de quando o meu coração abrigava a tua doce presença.
E o teu sorriso inundava de esperança minha vida.
E os dias passavam céleres, mas felizes.
Mas um dia você se foi e carregou consigo todo o sentido de viver.
A vida nos separou, a mesma que um dia nos uniu.
Você está longe. Longe dos meus olhos e do meu coração.
Onde você está? Por quais estradas tem trilhado todo esse tempo?
Será que também não sente saudades daqueles dias embriagados de amor?
Por que não volta para os meus braços carentes de você?
Se estiver me ouvindo, responda, meu amor!
Vamos reconstruir o nosso antigo abrigo. Abrigo de paz e quietude.
Onde o único som é o bater ritmado e uníssono de nossos corações.
Eu te amo...
(SUELI CURRIEL)
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